Carmageddon: Max Damage

Seis bólides transformados em máquinas de chacina aquecem os seus motores a postos para a corrida. Em frente não há nada, mas todos sabemos que ao virar da esquina espera-nos uma avenida cheia de pedestres, como carne para canhão. O contador indica-nos que temos dois minutos para acabar a corrida, quando no mínimo são precisos 15 minutos para chegar ao fim da pista. A corrida arranca, e corpos começam a voar por todo o lado - o que acrescenta quatro minutos ao nosso contador. É um conceito fantástico, ou pelo menos era em 1997. Hoje, e em específico com esta versão Max Damage, mais valia ter ficado bem guardado na memória.

Carmageddon é um jogo que conquistou muitos fãs há duas décadas, e para alguns a oportunidade de jogarem uma versão mais recente será suficiente. A nostalgia é algo de muito poderoso, e é nisso que Max Damage aposta, mas só isso não chega. Visualmente, Max Damage está abaixo dos padrões atuais, e a jogabilidade sofre imenso com uma física medíocre dos carros. Imaginem conduzir uma carrinha de GTA V com pneus rebentados, numa estrada com óleo, e enquanto estão a ser perseguidos pela polícia - é como parece a condução de Max Damage. Essa frustração começou a dissipar-se ligeiramente com o avançar das horas, num misto entre a evolução da nossa habilidade natural, e os upgrades que comprámos para o carro, mas o jogo nunca atingiu um estado divertido.

Existem três formas de vencer uma corrida. Podem ser os primeiros a fazer o percurso de princípio ao fim, passando pelos checkpoints assinalados. Também podem derrubar todos os adversários até ficarem os únicos em corrida. Por último, podem tentar matar todos os humanos e animais no mapa. Tentámos esta abordagem em algumas corridas, mas é demasiado aborrecido e desistimos sempre.

Estas são as regras do modo Classic Carma, e existem mais seis modos que podem experimentar. Ped Chase é um dos mais interessantes, onde só devem atropelar peões específicos. Fox 'n' Hounds parece um jogo da apanhada com veículos, mas os cinco oponentes que vão enfrentar acrescentam algo de muito peculiar ao jogo. É curioso porque, mesmo que abandonem o curso da corrida, e se dirijam para outro ponto do mapa, os cinco adversários vão perseguir-vos sem piedade. Pode parecer engraçado, mas por vezes é também frustrante. Ficámos várias vezes presos entre uma parede e três adversários, que nos empurravam sem parar. Ninguém estava a ficar danificado, e ninguém estava a avançar, e eventualmente tivemos de recomeçar para não começarmos a perder a paciência.

Um dos momentos mais interessantes de uma das corridas aconteceu quando entrámos num clube de striptease chamado Saggy Maggies. Além das obrigatórias senhoras em trajes menores, o bar também é frequentado por pinguins dançarinos e barmans bovinos. Uma mistura estranha, mas que em última análise pouco importou, considerando que todos se transformaram em manchas de sangue no chão depois da nossa passagem.

O modo principal inclui 63 corridas e atividades para cumprirem, o que é naturalmente um ponto positivo para quem procura muito conteúdo para cumprir. Se preferirem testar a vossa sorte contra outros jogadores, existe um modo online, embora não esperem encontrar muita concorrência ligada. Uma falha lamentável é a ausência de qualquer modo multijogador local.

Se são fãs de outro clássico chamado Destruction Derby, vão gostar do modo Car Crusher. Aqui serão atirados para uma arena, onde o objetivo é utilizar vários power-ups que podem apanhar para destruir os adversários. O maior problema, infelizmente, acaba por ser o de sempre - a condução é terrível, e isso elevou os nossos níveis de frustração ao máximo.

A verdade é que Carmageddon: Max Damage é um pacote muito desapontante. O grafismo é datado, a banda sonora acrescenta pouco, a física dos veículos é terrível, e a jogabilidade não é divertida. Talvez a Stainless Games possa melhorar um pouco o jogo com o lançamento de atualizações, mas no seu estado atual, não temos qualquer interesse em voltar a jogar Carmageddon: Max Damage, e aconselhamos-vos o mesmo.