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The Banner Saga 2

The Banner Saga 2

Regressamos a um mundo de desespero e dificuldades, onde cada decisão podem ser a diferença entre a vida e a morte.

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The Banner Saga marcou-nos. O híbrido de RPG e estratégia criado pela Stoic Games cativou-nos com uma história interessante de sobrevivência e superação, apresentada num estilo de arte nostálgico desenhado à mão. É um mundo inspirado pela fantasia nórdica, acompanhado por uma banda sonora épica, uma mistura interessante de mecânicas, e uma seleção de escolhas genuinamente difíceis.

Dito tudo isto, sabemos que o jogo não era perfeito. Existia um ligeiro problema de ritmo, o combate por vezes tornava-se repetitivo, e as animações eram escassas. E isto em relação à versão de PC, já que as restantes incluam outros problemas como loadings exagerados. Fica a compensação de que a Stoic aprendeu com alguns dos seus erros, como é evidente nesta sequela (para já, exclusiva de PC), mesmo que ainda existam alguns problemas por assinalar.

A nova jornada arranca pouco depois dos eventos do primeiro jogo, e se carregarem o Save anterior, as decisões que tomaram serão passadas para a sequela, incluindo a composição da vossa equipa. Mais uma vez, vão liderar um grupo de humanos e gigantes nómadas, que tentam fugir a um destino cruel. A mesma serpente gigante continua a quebrar o mundo, os Dredge atacam sem piedade, e mesmo entre os sobreviventes existem membros em que não podem confiar. Mais uma vez cabe ao jogador tomar as decisões difíceis que podem ser a morte ou a salvação de várias personagens. Se não jogaram o original, também existe um resumo dos eventos anteriores em vídeo, mas mesmo que tenham jogado, é uma boa forma de refrescar a memória.

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The Banner Saga 2 é uma continuação digna do original, de tal forma que ao início é difícil perceber o que mudou. O estilo da arte é o grande ás na manga da Stoic, clássica em termos de animação, fresca para os videojogos. Durante a aventura vão visitar várias localizações belas e conhecer personagens memoráveis, como em Boersgard, onde a loucura se espalhou como um vírus, e até o mais sensato dos habitantes pode agora entrar num estado de fúria à mínima provocação. Aos poucos vão começar a perceber que a Stoic melhorou alguns elementos visuais. Os cenários das batalhas são muito mais variados, e existem objetos destruíveis a bloquear o caminho. Também vão assistir a algumas sequências animadas que são uma delícia, e as animações melhoraram.

Uma grande fatia da história é contada num formato semelhante a banda desenhada, onde o texto e os diálogos fazem toda a exposição necessária. Os jogadores reagem depois como acharem melhor, através de uma selecção de respostas. Por vezes não é óbvio o tipo de impacto que uma decisão pode ter, e até podem parecer algo inconsequentes, mas a Stoic fez um excelente trabalho neste aspeto, e todas as decisões são importantes, mesmo que o seu verdadeiro impacto só seja revelado mais tarde. The Banner Saga 2 adora colocar o jogador em situações complexas ou pouco claras, nunca é preto no branco. Uma boa fatia das escolhas estarão relacionadas com a relação entre as duas raças do grupo, humanos e Varls, já que os primeiros são emocionais e os segundos são práticos.

The Banner Saga 2 não se resume ao combate e às escolhas de diálogo, também terão de gerir o grupo de sobreviventes que lideram, e esse pode ser um dos aspetos mais desafiantes da experiência. À medida que os recursos escasseiam, terão de tomar a decisão de como vão gerir o grupo: cada um por si, ou todos juntos? Os fracos são dispensáveis, ou ninguém fica para trás? E que consequências podem ter as vossas decisões? São elementos que terão de gerir durante toda a experiência.

Se jogaram The Banner Saga, vão achar o combate desta sequela muito familiar. A perspetiva isométrica, juntamente com um sistema de grelhas, define para onde podem mover as personagens. A ordem dos turnos continua a ser pré-determinada, mas continuam a existir algumas táticas que podem ser aproveitadas por jogadores mais engenhosos. Em resumo, o combate pode ser descrito desta forma: seis personagens controladas pelo jogador, de diferente classes, atributos e funções, vão enfrentar um grupo de inimigos cuja dificuldade depende do contexto narrativo. Os jogadores precisam de ter em conta dois números - o azul que representa as armaduras, e o vermelho, que indica a saúde. Quanto menos saúde tiver um adversário, mas fraco ficará, mas em alguns casos terão de lidar com as armaduras primeiro.

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Agora existe uma nova mecânica de Willpower, que permite às personagens moverem-se mais passos, atacarem com mais força, ou usarem golpes especiais. É um recurso que pode fazer a diferença, mas é limitado, por isso a sua utilização deve ser ponderada, ou a vantagem será desperdiçada. Durante a viagem também terão a oportunidade de parar e acampar, permitindo subir o nível das personagens, equipá-las, ou conversar com algumas personagens. Nestes momentos também podem aproveitar para ver ou rever os tutoriais.

Uma das maiores novidades do combate é a introdução da função Overwatch, específica para os arqueiros, que vem melhorar consideravelmente a sua utilidade em combate. Outros elementos que beneficiam desta função são os Horseborn, uma raça de centauros que são muito ágeis, e que conseguem atravessar o campo de batalha com grande rapidez.

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Fora dos combates em si, também existe um sistema de guerra, que entra em ação quando o grupo de sobreviventes encontra uma enorme força inimiga. Vão ter de escolher como posicionar os guerreiros, o que é prioritário proteger, e outras decisões semelhantes. Isso terá impacto no que acontece depois do evento, incluindo nas baixas, a moral do grupo e as recompensas. Este é uma das características do jogo que melhorou muito desde o original, agora muito mais claro e acessível em termos de menus e opções.

Depois de várias horas de jogo, enquanto exploram várias táticas de combate, apreciam o evoluir da história, e sugam a experiência, é difícil não aplaudir o esforço da Stoic. The Banner Saga 2 não é um jogo perfeito, mas a qualidade visual, narrativa, e tática do jogo é muito elevada. Qualquer jogo que apresente escolhas moralmente tão complicadas, merece algum destaque. O facto de The Banner Saga 2 o conseguir com tanta elegância, poder e emoção, só aumenta ainda mais a nossa admiração pelo estúdio.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Melhorias gráficas. Combate refinado. Decisões ainda mais impactantes.
-
Não é um melhoramento massivo comparando com o original.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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