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Dishonored

Dishonored: Definitive Edition

Corvo está de volta, agora numa versão "definitiva", mas será que vale a pena revisitar a obra da Arkane Studios?

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Seja em formato literário ou audiovisual, o género de ficção científica sempre criou uma certa fascinação entre o público. Muitos acreditam que o principal impulsionador foi Júlio Verne e as suas obras, e que a partir desse momento foram criados vários sub-géneros e variantes da ficção científica. Uma dessas derivantes é Steampunk, que apareceu por volta da década de 80, e que se tem tornado num dos sub-géneros mais populares da ficção científica.

Entre os videojogos também existem muitos projetos inspirados pelas matrizes do Steampunk, e um dos melhores exemplos é Dishonored, o jogo criado pela Arkane Studios. Dishonored foi lançado originalmente para PC, PS3 e Xbox 360, tendo sido apadrinhado com uma receção muito positiva, por parte de críticos e de jogadores. Dishonored incluía uma história interessante, liberdade de abordagem aos objetivos, e bons incentivos à exploração em cada uma das pequenas áreas abertas, tudo embrulhado numa experiência maioritariamente virada para a ação furtiva.

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Durante a última E3 foi anunciada uma continuação, durante a conferência da Bethesda, mas antes disso os jogadores terão a oportunidade de reviver, ou experienciar pela primeira vez, a aventura de Corvo, agora numa versão definitiva. Trata-se de um pacote que reúne a remasterização do jogo original, e a inclusão dos DLC lançados posteriormente, que complementam a história principal. A grande questão que se coloca agora é tentar perceber se esta nova versão merece realmente a atenção dos jogadores.

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Se estão entre o campo de jogadores que não tiveram a oportunidade de experienciar Dishonored, podem apreciar um pequeno resumo do conceito. A história passa-se na cidade retro-futurista de Dunwall, que reúne elementos do sobrenatural e tecnologia suportada pela essência das baleias. Dunwall está a braços com uma terrível praga de ratos e doença, um problema que se torna secundário quando a Imperatriz Jessamina Kaldwin é assassinada e a sua filha raptada. As culpas caem de imediato no inocente Corvo Attano, o guarda pessoal da imperatriz, tramado pelas forças políticas que controlam Dunwall.

Sentenciado à morte, Corvo consegue escapar com o auxílio de um grupo de rebeldes. É aqui que o protagonista embarca numa missão para limpar o seu nome e resgatar Emily, a filha da Imperatrix. Se o caminho até esse objetivo é mais ou menos sangrento, cabe inteiramente ao jogador decidir. Mesmo passados três anos (uma eternidade nesta indústria), Dishonored consegue manter-se atual em termos de jogabilidade, estrutura e narrativa. Existe um sistema de evolução, que permite especializar Corvo em várias técnicas de movimento, ataque ou ação furtiva. O seu reportório de ações permite-lhe recorrer a espadas, bestas com flechas, e poderes sobrenaturais.

Dishonored oferece alguma liberdade em termos de como o jogador pode abordar os objetivos, mas é um jogo que privilegia o comportamento cuidadoso e furtivo. A inteligência artificial continua a demonstrar a qualidade que exibiu há três anos, e mantém-se atenta aos movimentos do jogador. Caso consigam detetar a vossa presença, não terão problemas em atacar com força, e em poucos segundos podem derrubar o jogador. É possível ganhar um confronto direto, dependendo das habilidades que evoluíram e da vossa própria qualidade enquanto jogadores, mas em Dishonored é sempre aconselhável tentar uma abordagem discreta.

A forma como a interface se comporta (L1 e R1 acedem aos menus de itens e habilidades), e a facilidade com que os controlos permitem executar várias ações - incluindo Blink, uma fantástica técnica de teletransporte - são um tributo à excelência das mecânicas que a Arkane Studios colocou em prática há três anos. A isso é preciso juntar uma excelência de design para as áreas abertas de Dishonored, com muitos incentivos à exploração e inúmeras possibilidades. Até podem terminar os níveis sem matar ninguém, desde que procurem soluções alternativas.

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Também vale a pena referir que esta Definitive Edition não inclui apenas o jogo original. Os três DLC lançados posteriormente estão também no pacote. Isso significa os 10 desafios de Dunwall City Trails, e a aventura de Daud (importantíssimo na história principal), dividida em dois capítulos - The Knife of Dunwall e The Brigmore Witcher. Conteúdo extra de qualidade, que acrescenta detalhes importantes para o universo de Dishonored.

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Há muita coisa boa para dizer sobre esta versão de Dishonored, mas também temos algumas queixas a fazer, sobretudo em relação à qualidade gráfica. Não nos parece muito superior visualmente à versão original, e embora esteja a correr com uma resolução de 1080p, está bloqueado a 30 frames por segundo. O jogo teria claramente beneficiado de texturas e iluminação superiores, e de algum trabalho ao nível das animações das personagens. Neste aspeto técnico, a versão definitiva de Dishonored desiludiu-nos.

Apesar da deceção que é a qualidade gráfica desta remasterização, Dishonored passou claramente o desafio do tempo, graças sobretudo a um enredo interessante, personagens memoráveis e uma jogabilidade afinada. Se foram fãs do jogo original, ou se nunca tiveram a oportunidade de jogar Dishonored, têm aqui a oportunidade de experienciarem a história completa, num pacote que reúne jogo e DLC.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
O enredo e a jogabilidade continuam atuais. Os DLC acrescentam muito valor ao pacote. Sistema de combate é soberbo.
-
Tempo de carregamento é longo. No aspeto gráfico, esta versão definitiva acaba por desiludir.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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