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Dreamfall Chapters Book Two: Rebels - Análise

Depois de um arranque desapontante, será este segundo capítulo capaz de reanimar o nosso interesse?

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Como parte de uma nova política de análises que estamos ainda a implementar, os capítulos individuais de jogos com formato episódico vão passar a ser 'analisados' sem uma nota no fim. Acreditamos que a nota só deve ser atribuída ao conjunto total e não a uma parte singular.

Como se trata da análise a um episódio intermédio, o texto pode incluir pequenos spoilers. Podem ler a análise ao primeiro capítulo, Dreamfall Chapters Book One: Reborn aqui.

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A espera pela continuação da saga Dreamfall foi longa. Oito longos anos que os jogadores tiveram de esperar, por uma sequela que seria sempre um risco para produtora. Um risco porque o interesse dos fãs pode ter desaparecido com o tempo, um risco porque muitos podem já ter esquecido eventos chave, e um risco porque os fãs que ficaram à espera podem ter expetativas demasiado elevadas para a continuação.

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Depois de termos jogado os dois primeiros capítulos que formam a continuação, parece-nos evidente que esses riscos podem concretizar-se. Para já, a experiência está longe de alcançar as nossas expetativas pessoais para o que deveria ser esta sequela, e em segundo lugar, começa a ser difícil acompanhar alguns eventos quando o primeiro jogo já está há tempo esquecido na memória.

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Apesar deste cepticismo todo, recusamos-nos a desistir de Dreamfall Chapters. Como o antecessor, o jogo consegue encontrar um equilíbrio muito interessante entre dois mundos, Stark e Arcadia, e inclui uma combinação de fantasia e ficção científica que nos agarra o interesse. Pode ser teimosia, nostalgia, ou algo um pouco mais genuíno, mas este segundo capítulo conseguiu mostrar que Dreamfall Chapters tem os seus encantos, sobretudo no que diz respeito ao cenário, à narrativa e às personagens.

Como tem sido habitual, são os veteranos da série Kain Alvane e Zoë Castillo que concentram as atenções, mesmo que desta vez tenham de dividir um pouco do protagonismo com algumas das personagens secundárias. Ao contrário do primeiro capítulo, não gira tudo em torno de Zoë, e Kain comporta-se como mais do que um figurante glorificado. A resistência de Arcadia é caracterizada por uma vasta gama de personagens interessantes, incluindo um regressado Blind Bob, que era uma das figuras secundárias mais memoráveis da história original. A sua presença ajuda a descontrair o ambiente, através de situações engraçadas e diálogos bizarros. Estas ocasiões ocorrem normalmente quando estão a controlar Kain, e não Zoë, o que ajuda à situação, dada a sua melancolia - uma condição muito oposta à de Blind Bob.

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Neste segundo episódio também terão de puxar um pouco mais pela imaginação do que no primeiro. Alguns desafios, particularmente nas secções de Zoë, forçam a uma atenção redobrada aos detalhes e serão recompensados por tentarem várias soluções. É uma estrutura que incentiva à experimentação e que oferece um desafio mais interessante que no episódio anterior. Esperemos que o mesmo seja verdade para os capítulos seguintes.

Dito isto, contem com bastante repetição de áreas, enquanto avançam para trás e para a frente com as duas personagens vezes sem conta. O seu movimento é algo lento, o que não ajuda à situação. Uma grande fatia do jogo é passada a correr de um lado para o outro enquanto procuram pistas e resolvem puzzles, e isto resulta numa experiência com um ritmo excessivamente lento.

Toda esta correria pelos mesmos locais ajuda à criação de um sentimento que também nos ocorreu durante o episódio inaugural, de que a aventura propriamente dita ainda não arrancou. Parece que os produtores da Red Thread Games estão a tentar antecipação para algo que, na nossa opinião, já devia ter acontecido. Esperemos que os próximos capítulos possam finalmente acelerar os eventos.

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Apesar destas falhas e com três capítulos pela frente, Dreamfall Chapters ainda tem potencial para ser algo de especial. Está a demorar, mas pode ser que o que aí vem valha a pena. Como é uma aventura, com estrutura episódica, as decisões que tomarem nos capítulos antecessores serão transportadas para o conteúdo posterior. Mesmo assim, gostávamos de ver mais liberdade de escolhas, porque existem várias situações onde o jogo toma essas decisões pelo jogador, o que não deixa muito espaço de manobra para a história.

O que importa é que continuamos com alguma esperança. Esperança de que os próximos capítulo vão compensar um arranque desapontante e uma continuação não muito superior. Ainda assim, existem sinais que nos dão alguma fé no que a Red Thread Games está a fazer. Agora resta esperar que esta nossa confiança não seja defraudada na continuação da aventura.

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