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Estado da Nação: PC

Olhamos mais atentamente para o estado atual do PC enquanto plataforma de videojogos.

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Em parte reavaliação, em parte guia de compras atualizado, vamos olhar à vez para cada plataforma, contextualizar os recentes anúncios efetuados na E3 e o seu impacto futuro e considerar o que cada sistema oferece de imediato e dar as nossas recomendações pessoais quanto aos jogos obrigatórios.

Agora & Amanhã
O PC divide-se em três categorias: Windows PC, Mac e Linux (embora pensemos que em breve vamos referir-nos ao Linux como SteamOS no que aos videojogos diz respeito). O Windows PC (Windows 7 ou Windows 8) é o mais comum, o Mac tem uma biblioteca razoável de jogos, mas não é uma plataforma de "gaming" dedicada, e o Linux/SteamOS está a crescer graças ao novo sistema operativo da Valve e das Steam Machines.

O futuro da plataforma é complexo. Podemos dizer que o Mac irá permanecer quase inalterado, com alguns títulos de peso a saltarem para a plataforma vários meses depois de estarem disponíveis para outros formatos. O SteamOS ainda é um ponto de interrogação, com as Steam Machines a chegarem no início do próximo ano; será o sucesso do novo hardware da Valve a determinar em grande medida o sucesso do seu sistema operativo. Todos sabemos que o Steam ainda é o principal bastião do PC, e assim continuará a ser, mas as plataformas rivais Origin e Uplay continuam a tentar conquistar os corações (e carteiras) dos jogadores de PC, embora ainda estejam muito longe de competir ao mesmo nível.

O SteamOS e as Steam Machines são os desenvolvimentos mais interessantes dos últimos anos. Se a Valve conseguir transicionar para a sala de estar, um espaço tradicionalmente mais associado com as consolas, a revolução poderá estar no ar. Suspeitamos que essa altura ainda estará longe, e aos nossos olhos uma vitória consistiria em tornar as Steam Machines uma quarta opção "mainstream" viável a seguir às plataformas lançadas por Microsoft, Sony e Nintendo. Também há a questão do streaming local, que permite aos jogadores fazerem stream dos jogos a partir da sua máquina principal através de um portátil ou um sistema semelhante na sala de estar. No mínimo, esperamos que o novo Steam Controller da Valve seja um grande sucesso, e mal conseguimos esperar para deitar as mãos ao dispositivo para um teste mais prolongado, para ver se funcionará tão bem como a Valve diz ao longo de uma gama mais alargada de títulos.

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Outro desenvolvimento interessante que está a dirigir-se para a plataforma PC é o Oculus Rift. Está num estado de desenvolvimento muito mais avançado que o seu único grande rival, o Project Morpheus da Sony. O capacete de realidade virtual poderá, se for lançado a um preço acessível, acabar por se tornar um equipamento essencial para jogadores de PC em todo o mundo. Já o testámos em vários eventos e com demonstrações de jogos como Alien: Isolation a surgirem, o nosso entusiasmo em relação ao aparelho continua a crescer (infelizmente, é apenas uma demo e, de acordo com a Sega, Isolation não terá suporte para o Oculus).

Já mencionámos o Uplay e o Origin, e podemos adicionar a essa lista sites como o GOG.com, o GreenManGaming e o Humble. Há um número crescente de lojas digitais a rivalizar com o Steam, e neste aspeto o cenário digital parece mais saudável do que nunca, pelo menos à superfície. Contudo, em pano de fundo está a ocorrer uma mudança que envolve preços em queda, uma cultura de saldos que se poderá revelar prejudicial e um fluxo constante de "bundles".

O perigo é que o mercado de PC se veja envolvido numa espiral de preços descendente e descontrolada até ficarmos com uma plataforma que se assemelha mais à App Store do que ao modelo atual. Para sermos sinceros, há outras plataformas que estão a seguir este exemplo, com saldos cada vez mais frequentes a chegarem ao Xbox Live e à PSN, mas continua a existir uma tendência preocupante de subvalorização dos jogos. Em parte, isto está a ser provocado pelas mudanças que a Valve trouxe ao Steam, com um número crescente de jogos a chegarem à plataforma, o que leva os produtores e as editoras a tentarem destacar-se através dos preços mais reduzidos em oferta. É uma tendência que não deverá desaparecer. Contudo, não podemos subestimar o poder dos saldos constantes que vão surgindo pelos sites de distribuição digital espalhados pela web e da contínua procissão de "bundles" - conjuntos de jogos onde vários títulos podem ser comprados por um punhado de euros. Se os produtores não começarem a valorizar mais os seus jogos, o que os leva a crer que o público o fará em seu nome?

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Mas esta evolução - para o melhor ou pior - não irá acontecer da noite para o dia. Afinal de contas, estamos a falar do PC, e esta é a sua maior vantagem: a consistência. O PC enquanto plataforma de jogos está atualmente de boa saúde, e não vemos mudanças negativas a decorrerem em breve, mesmo com alguns sinais de preocupação no horizonte.

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Exclusivos
A vida irá continuar no PC tal como tem feito ao longo de muitos, muitos anos. A ausência de um ciclo de vida do PC enquanto plataforma representa uma biblioteca de jogos em constante crescimento e acumulação, e que coloca até a oferta disponibilizada pela PS3 e pela Xbox 360 a um canto.

No que toca aos jogos, é impossível vencer o PC, e mesmo que citemos os vários exclusivos de consolas publicados pelos três grandes, qualquer jogador de PC com um mínimo de consideração poderá debitar uma longa lista de títulos exclusivos do PC que nunca irão surgir numa consola. Apesar de não ser possível jogar Mario Kart 8, Halo 4 ou Killzone: Shadow Fall no nosso PC, também nunca será possível experimentar Civilization: Beyond Earth na PS4 ou na Wii U. A complexidade deste género de jogos de PC significa que nunca irão funcionar bem nas consolas, e provavelmente existiria uma falta de interesse caso fossem bem sucedidos na transição. Estas experiências mais intelectuais sempre encontraram o seu lar natural no PC, e isto não vai mudar a curto prazo.

Uma variante do género da estratégia é o MOBA. É uma subcategoria de jogos que chegou há pouco tempo às consolas, mas os pesos-pesados estão quase todos em exclusivo no PC, com League of Legends a debater-se atualmente com DOTA 2 e vários outros títulos que apresentam personagens de várias fontes enquanto tentam encontrar o seu espaço no mercado. E ainda temos Heroes of the Storm, da Blizzard, a aproximar-se no horizonte. Estes jogos tiveram origem em Defense of the Ancients, um "mod" para Warcraft 3 (que é um jogo de estratégia em tempo real, mas com ênfase na utilização de heróis poderosos) onde personagens/heróis individuais têm de trabalhar em conjunto para eliminar as defesas e base do inimigo. É uma mistura de RPG com RTS; uma fórmula simples que subsiste há vários anos e sem grandes alterações.

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Outro tipo de jogo que poderá ser quase considerado como um exclusivo de PC são os simuladores. Alguns jogos vão surgindo ocasionalmente noutras plataformas, mas se levarem mesmo a sério a condução de comboios, autocarros, aeronaves e todos os veículos de intermédio, então o PC é definitivamente o melhor lugar para o fazer.

E depois temos os indies. Enquanto a Sony, a Microsoft e a Nintendo estão todos a acolher os indies nas suas plataformas (e o mesmo pode ser dito do iOS e do Android, onde vários estúdios de tamanho reduzido ganham a vida), o PC será sempre o lar dos produtores indie. A natureza aberta da plataforma significa que é fácil trabalhar com a mesma, e publicar um jogo é uma tarefa relativamente simples. O maior nível de atenção dos três grandes significa que algumas das melhores experiências acabarão por surgir na PS4, na Xbox One e na Wii U de uma forma ou outra, mas nenhuma destas conseguirá receber por completo o grande número de jogos interessantes e diversos que continuam a surgir. A maior parte deles irá surgir primeiro no PC.

Aplicações & Interface

Já cobrimos as várias plataformas no PC, e a lista de aplicações também coloca a oferta disponível nas consolas a um canto. No que toca ao Mac, o controlo é mais apertado através da App Store, mas mesmo assim encontramos programas com todas as formas e tamanhos.

O SteamOS é construído com Linux, que é um sistema operativo completamente "open-source", o que significa que qualquer um pode alterar o código. Isto é simultaneamente a maior vantagem e fraqueza do Linux; podemos fazer o que quisermos com ele, mas as várias versões do SO fazem da compatibilidade um pesadelo. A Valve quer dar a volta a este problema com o SteamOS. Mas ainda teremos de ver se as pessoas conseguirão afastar-se da interface Windows com que crescemos durante todos estes anos.

No que toca ao Windows, ainda existem dois sistemas operativos viáveis: o Windows 7 e o Windows 8. O último está mais talhado a oferecer um serviço semelhante ao que a Apple faz com o seu SO, com uma interface unificada e uma espécie de loja de aplicações. O Windows 7, o seu antecessor, continua a ser uma alternativa popular pela simples razão que algumas pessoas preferem o caráter mais aberto da plataforma, o que é mais fácil de manter no 7.

Dentro do Windows PC existem várias plataformas diferentes. O Steam é o mais popular, mas o Origin, da EA, e o Uplay, da Ubisoft, continuam a oferecer concorrência à loja da Valve. Também existem sites como o GOG.com e o Gamersgate, mas estes têm tendência a depender do Steam ao venderem códigos que os jogadores podem associar a uma conta Steam já existente. Também existem plataformas menores, como o Desura, que era o local privilegiado para encontrar os mais recentes indies antes destes conseguirem escancarar as portas do Steam.

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Periféricos

Já falámos do Oculus, por isso não nos vamos repetir. É óbvio que a realidade virtual não é um exclusivo do PC, mas o sistema Oculus é o pioneiro nesta plataforma, e a aquisição do fabricante do aparelho por parte do Facebok apenas solidificou esta posição.

Para além disto, o PC tem a maior oferta de todas as plataformas no que diz respeito a periféricos. Faz parte da atração; podemos modificar e melhorar o que e como quisermos. Existe um enorme número de ratos e teclados para jogar, comandos (apesar do controlador da Xbox 360 continuar a ser o favorito) e mais ainda. Na verdade, existem demasiados para falarmos apenas de um único fabricante, e a escolha é tanta que a pesquisa torna-se essencial na altura de considerarmos uma compra.

Mas a plataforma PC vai mais longe que simples periféricos. Podemos melhorar praticamente tudo, desde o monitor até à placa gráfica. Este acaba por ser o principal ponto de vantagem do PC: a escolha. Podemos fazer o que quisermos, quando quisermos, e existe a potencialidade de tornar o sistema absolutamente incrível, com capacidade para ultrapassar o melhor que qualquer consola possa oferecer. Isto se tivermos uma carteira funda o suficiente, claro...

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Na página seguinte podem ver alguns dos jogos recomendados para PC

Jogos Recomendados

Civilization V

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Civilization V é talvez o pináculo do género da estratégia por turnos e um dos nossos jogos favoritos. Ainda assim, devemos ter mais horas investidas em Civilization IV. Ambos os jogos são excecionais e mal conseguimos esperar para deitar mãos a Civilization: Beyond Earth, que mistura o estilo de Civ com um cenário mais chegado ao clássico Alpha Centauri. As recentes expansões de Civ V (Gods & Kings e Brave New World) fizeram do mais recente capítulo da série um dos melhores jogos de estratégia de sempre, e Beyond Earth tem muito trabalho a fazer para as superar.

Starcraft II

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A Blizzard sempre construiu excelentes RTS, e apesar de ainda recordarmos com afeto os Warcraft originais, são os combates estratégicos e em tempo real de StarCraft II que fazem deste jogo o rei do género desde que a série Command & Conquer entrou em decadência. Esta sequela "sci-fi" já tem dois capítulos (Heart of the Swarm e Wings of Liberty), e o multijogador online continua a ser um dos eSports mais populares do planeta. É altamente profundo, mas com essa complexidade vem uma experiência gratificante que se ergue acima das outras ofertas do género.

Spelunky

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Antes da versão melhorada e atualizada de Spelunky regressar ao PC (através de um lançamento de consolas), existia - e ainda existe - uma versão gratuita do jogo de plataformas de Derek Yu que ofereceu entretenimento aos jogadores de PC de todo o mundo. Agora temos a nova versão, que inclui desafios diários, tabelas de classificação, um grafismo engraçado e um desafio exigente do género "rogue-like" simplesmente imbatível.

Crusader Kings II

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Existem muitas razões que poderiam levar a categorizar os complexos jogos de estratégia da Paradox Interactive - Crusader Kings II e Europa Universalis IV em particular - como simuladores. Apesar de serem experiências muito complicadas, depois de dominarmos os sistemas oferecem experiências altamente imersivas. Crusader Kings II recebe a menção porque oferece ao jogador a forte possibilidade de construir a sua própria narrativa.

DOTA

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Existem tantos tipos diferentes de MOBA que torna-se complicado escolher uma preferência. Os pesos-pesados mais óbvios são League of Legends (que ainda atrai um grande número de jogadores) e DOTA 2 (o último torneio para o jogo da Valve oferecia um prémio global no valor de $10 milhões). Podemos ainda adicionar à lista vários outros exemplares do género, cada um deles com inspiração em diferentes IP e juntando-os aos princípios básicos do género. O género dos MOBA está em grande forma de momento, e caso sejam um dos milhões de jogadores que gostam deste tipo de jogos, alternativas é algo que não falta.

World of Warcraft

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Existem outros MMO que merecem uma menção (Star Wars: The Old Republic, Wildstar, The Elder Scrolls Online, Guild Wars 2, RuneScape), mas o rei indisputado do género é World of Warcraft, da Blizzard. Ainda é o jogo com o maior número de subscritores e tem a comunidade mais dedicada. As atualizações e expansões têm surgido com regularidade ao longo dos anos, e com planos para acelerar a chegada de novo conteúdo aos servidores de WoW, o jogo da Blizzard parece certo como o MMO mais popular ainda durante muitos anos.

The Orange Box

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Ao invés de falarmos de cada uma das partes que o compõem, é mais fácil falar do conjunto. A coletânea da Valve inclui Half-Life 2 (e ainda Episode One e Episode Two), Portal e Team Fortress 2 (este último passou entretanto a free-to-play). No global, isto representa um conjunto com um valor irresistível. Um dos melhores jogos de puzzles alguma vez construídos, um shooter multijogador de grande popularidade e um dos jogos mais importantes de sempre com as suas duas expansões. The Orange Box é um clássico do PC.

The Elder Scrolls V: Skyrim

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Sim, podemos jogar Skyrim nas consolas, mas a versão mais bonita e espetacular do RPG da Bethesda está no PC. Para além de ter um aspeto fantástico, pode tornar-se ainda melhor com os mods que foram adicionados ao jogo por uma comunidade proativa. Também existe um grande número de conteúdos criados pelos utilizadores que não pode ser acedido através das consolas, transportando novos mundos e aventuras à versão PC do jogo.

Doom e Quake

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Não existem jogos mais emblemáticos do que estes. O Doom original foi criado com inspiração em Wolfenstein 3D e conquistou o mundo. Foi jogado um pouco por todo o planeta graças a uma versão shareware do título que colocou um dos atos do jogo nas mãos de milhões de jogadores. Doom abriu um novo género ao grande público. Depois, a id teve a audácia de seguir Doom com Quake, outro jogo que evoluiu os shooters e levou-os para o futuro. A ação frenética de ambos torna-os relevantes ainda hoje, e caso nunca os tenham jogado têm todas as razões para o fazer.

Minecraft

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Mesmo que a construção de estruturas não vos pareça apelativa, é difícil não admirar os feitos de Minecraft. O esforço da Mojang (porque, vamos admitir, este não foi o primeiro jogo do género) tornou-se um dos titãs do PC, e desde essa altura já chegou às consolas e aos tablets. Algures no jogo existe uma história, mas o apelo de Minecraft está no ato da criação e na colaboração, e é por isso que é um dos jogos mais populares do mundo.

Total War: Rome II

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Total War: Rome II e Total War: Shogun 2 oferecem ambos uma mistura de estratégia por turnos e em tempo real, e estão os dois entre os nossos exclusivos de PC favoritos. Se tivéssemos de escolher um seria Rome II, já que preferimos a época temporal, embora Shogun 2 até ofereça uma experiência mais refinada. A marca registada de ambos os jogos (na verdade, de toda a série) são as enormes batalhas com milhares de unidades numa escala épica.

Monaco: What's Yours is Mine

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Outro dos nossos favorites é o indie Monaco, um jogo de ação furtiva com perspetiva isométrica que mistura situações saídas de Thief com uma jogabilidade que faz lembrar Pacman. Enquanto jogo a solo é divertido, mas quando jogado com amigos torna-se uma das melhores experiências multijogador de sempre. Jogar com estranhos na internet não é bem o mesmo, mas se tiverem três amigos disponíveis para um golpe, vale bem a pena.

DayZ

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DayZ é o principal representante do género da sobrevivência, que apresenta um número crescente de jogos que coloca os jogadores em situações impossíveis, seja sozinhos ou em servidores persistentes com outros jogadores, e pede-lhes para simplesmente sobreviverem. DayZ foi lançado em formato "standalone" como um simulador de sobrevivência com zombies, mas ainda não está completo, e por isso há vários fãs que permanecem fiéis ao original - um "mod" para Arma 2, da Bohemia Interactive. Se querem evitar os mortos-vivos e testemunhar o melhor e o pior que a humanidade tem para oferecer, DayZ é um dos melhores locais para o fazer.



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