Ainda antes de Total War: Warhammer II ter sido anunciado oficialmente, o Gamereactor teve o privilégio de visitar a The Creative Assembly para conversarmos com o diretor Ian Roxburgh, e o gestor de comunicações Al Bickham. Como descobrimos na nossa entrevista, Warhammer II é um jogo completo, e não uma expansão do primeiro jogo, mas é também a segunda parte de uma trilogia (imaginem a forma como a Blizzard construiu StarCraft).
Entre as principais novidades está a introdução de quatro novas raças - High Elves, Dark Elves, Lizardmen, e uma quarta ainda por revelar. O plano da Creative Assembly é lançar Warhammer II "ainda em 2017", supomos que algures no último trimestre, e o objetivo da produtora é expandir as fundações do primeiro jogo. Para isso vão mudar o foco para outra área do mundo de Warhammer, evoluir a jogabilidade, e explorar áreas diferentes.
"Warhammer II vai ter uma campanha completamente independente, com um mapa do mesmo tamanho que o primeiro Warhammer. Estamos também a trabalhar numa mega-campanha, que vai combinar todo o conteúdo do primeiro jogo e do segundo, incluindo expansões. A ideia é criar o jogo de Warhammer mais rico, mais extenso, e mais diverso que já fizemos. Isso estará disponível gratuitamente para quem comprar Warhammer 1 e 2, pouco tempo depois do lançamento do segundo jogo."
Como esta "mega campanha" será jogada através de todo o mapa de campanha, só jogadores com os dois jogos terão acesso a este conteúdo. Contudo, um mapa tão grande e com tanto a acontecer, vai necessitar de alguns sacrifícios, e algumas das fações menores podem ser eliminadas. Ainda assim, parece uma excelente ideia para quem quiser experienciar toda a experiência Warhammer dos dois jogos num pacote completo.
Uma das maiores diferenças entre Warhammer e os outros Total War é a natureza assimétrica das várias fações. É precisamente essa jogabilidade assimétrica que a Creative Assembly pretende expandir no novo jogo. "Queremos chegar a um ponto em que a escolha da raça não seja apenas uma escolha de fação, mas também a escolha do tipo de experiência de Total War que querem ter," afirmou Roxburgh.
As várias raças oferecem diferentes formas de jogar e abordagens táticas únicas, mas em termos de narrativa, Warhammer II vai reuni-las de uma forma como ainda não vimos na série. Segundo Al Bickham, existe um grande desejo de continuar a aprofundar as narrativas dos jogos da Creative Assembly.
"A estória vai estar centrada no que chamamos de O Grande Vortex, criado em eras passadas pelos High Elves para repelir a invasão de Chaos de volta para o seu reino. Este Vortex, que vai estar a flutuar por cima de Ulthuan, é o coração do mapa da campanha, mas vai tornar-se instável. Cada uma das raças terá de lá chegar através de uma série de novas mecânicas de jogo."
"É algo que cria narrativa dentro da jogabilidade, mas não de forma linear. Os jogadores podem abordar Warhammer II com o estilo normal aberto, ignorando a estória e concentrando-se no domínio do mundo. Para nós, esse tipo de jogabilidade aberta é fundamental para Total War, mas se quiserem uma estória mais profunda, algo com mais contexto e sabor, então também terão essa hipótese."
Em parte isto também significa que a fase final do jogo também será mais desafiante para os jogadores, como nos informou Roxburgh.
"Por acaso até podem perder o jogo mesmo que tenham conquistando vastas áreas de território e sejam senhores de grande parte do mapa. Nos Total War anteriores, depois de um certo ponto, era praticamente impossível perder o jogo, por isso tomámos esta decisão para manter tudo interessante e desafiante até ao conseguirem as condições de vitória. Se não estiverem no topo do vosso jogo, a qualquer momento a situação pode inverter-se e podem perder o jogo."
Mais uma vez, a Creative Assembly pretende dar acesso dos jogadores às ferramentas necessárias para criarem modificações. Bickham garantiu-nos que pouco tempo depois do lançamento de Warhammer II vão disponibilizar o Assembly Kit do jogo, e irão acrescentar suporte para o Workshop do Steam.
Total War: Warhammer II será lançado mais próximo do fim do ano, e é portanto a parte dois de uma trilogia. Segundo Roxburgh "isso significa que vai haver um Warhammer III, e estamos a trabalhar de forma a concluir a trilogia em grande estilo. À medida que vamos produzindo estes jogos, vamos construindo novos conceitos e ideias, e a nossa esperança é que, quando terminarmos a trilogia, os três jogos vão formar um massivo pacote de Warhammer, com uma campanha gigante. Por outras palavras, o jogo que queríamos fazer desde início, mas que seria naturalmente impossível num só jogo."
"Penso que nunca ninguém construiu todo o universo de Warhammer, por isso seremos os primeiros, e isso deixa-nos muito entusiasmados."