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Diablo III: Ultimate Evil Edition

Vinte Anos de Diablo

Sabiam que Diablo não foi criado pela Blizzard?

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Diablo é normalmente sinónimo de Blizzard, e hoje em dia, é mais que merecida a conotação, mas nem sempre foi assim. Diablo foi originalmente criado pelo estúdio Condor, entre 1993 e 1996 (lançado a 31 de dezembro), mas pelo caminho a Blizzard viu algo em Condor e Diablo, e decidiu comprar o estúdio e o jogo. Antes do lançamento o nome do estúdio foi alterado para Blizzard North, e assim nasceu uma das sagas mais importantes dos videojogos. O impacto de Diablo na indústria é inegável, estabelecendo de vez o género que agora conhecemos como RPG de ação, com visão isométrica e uma forte dependência de espólios. Muitos jogos pegaram nas raízes de Diablo e implementaram-nas noutros conceitos, como Borderlands da Gearbox.

Decidimos por isso assinalar os 20 anos de Diablo com este artigo, até porque a Blizzard fez também questão de assinalar o legado da série. A produtora libertou um evento gratuito para Diablo III que permite reviver os níveis do jogo original com o motor mais recente. É uma oferta limitada, que pode ser acedida depois de terminarem Diablo III e respetiva expansão, e até inclui opções extra que aproximam mais a jogabilidade e o grafismo do original.

Diablo destacou-se de imediato em 1997, colocando o jogador perdido em masmorras criadas aleatoriamente, enquanto enfrentam demónios, mortos-vivos, e eventualmente, o próprio Senhor das Trevas. Era um RPG de fantasia, com as classes do costume - Guerreiro, Ladrão, e Mago -, mas ao mesmo tempo era também algo mais intenso e viciante que os outros RPG. O facto de depender muito mais de ação e jogabilidade do que diálogos e estória, acabou por agarrar os jogadores, que gastaram horas a enfrentar os vários níveis de dificuldade à procura dos itens mais raros.

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A importância de Diablo para a Blizzard não se resume apenas ao jogo em si, mas ao que o acompanhou. Com Diablo a Blizzard estreou o seu serviço online, a Battle.net, um serviço que alberga todos os seus jogos debaixo de uma só bandeira. Battle.net foi pioneiro para a sua era, e terá sido a inspiração para serviços como Steam, Uplay, e Origin, por exemplo.

Outro elemento que distingui Diablo foi a atmosfera sombria e macabra. Não era um jogo de terror, mas não existiam jogos - e sobretudo do género RPG -, com uma presença tão vincadamente negra como Diablo. Esqueçam paisagens bonitas, fadas, ou princesas. Diablo era todo sobre maldições, demónios, e o próprio Satanás. Muitos jogos seguintes tentaram replicar a fórmula, mas apenas Diablo II suplantou o sucesso do original em 2000.

Diablo II segui as pisadas do antecessor, sempre com uma atmosfera opressiva, mas expandiu a série para lá das masmorras de Sanctuary. De desertos a pântanos, Diablo II abriu os cenários a outras localizações, mas também evolui muitas áreas do jogo. As classes foram elevadas de três para cinco. O Barbarian, a Sorceress, e a Amazon vieram ocupar os lugares originais, enquanto que o Paladin e o Necromancer acrescentaram novas possibilidades à equação. Mais tarde, com a chegada da expansão Lords of Destruction, foram acrescentadas as classes Assassin e Druid. O grafismo superior, e a jogabilidade refinada, foram elementos importantes para o sucesso Diablo II, mas o factor decisivo foi a consolidação do modo online, que viciou milhares de jogadores durante horas a fio em modos cooperativos e até competitivos.

E depois, uma longa travessia no deserto.

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Diablo II
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Após mais de uma década de espera, Diablo III chegou em 2012, com uma Blizzard entretanto focada em World of Warcraft. Os fãs desesperavam por um novo capítulo, mas Diablo III acabou por dividir os fãs com algumas decisões controversas. O jogo tinha um aspecto mais cartoonesco, com cores vibrantes e uma atmosfera menos opressiva. A ausência do Necromancer entre as classes também levantou críticas, mas nada se comparou à introdução do Leilão. Este leilão permitia aos jogadores venderem itens e materiais por ouro de jogo, ou dinheiro real, mas esta mecânica acabou por ser muito mal recebida pelos jogadores.

Foi só com o lançamento da expansão Reaper of Souls, em 2014, que a Blizzard extinguiu o leilão. Para compensar a ausência do leilão, a produtora acabou por remodelar todo o sistema de espólios, aumentando significativamente a frequência e a qualidade dos itens deixados pelos inimigos. Outros problemas de Diablo III envolveram problemas de servidores quando o jogo foi lançado, e a obrigatoriedade de ligação online, algo que entretanto mudou. E claro, a ausência de um modo competitivo (apenas introduzido muito mais tarde) foi igualmente algo que deixou jogadores dececionados.

Apesar de todos estes problemas e queixas, Diablo III também trouxe muitas outras novidades ao jogo. Uma das maiores mudanças estruturais foi feita no sistema de evolução da personagens. Os atributos (força, inteligência, destreza...) passaram a evoluir de forma automática, mas o jogador só podia escolher uma certa combinação de habilidades. Todas as classes podiam formar inúmeros esquemas de habilidades que podiam tornar a personagem mais ofensiva, defensiva, ou de suporte. Isto tornou-se particularmente útil para o multijogador, já que Diablo III permite modo cooperativo para até quatro jogadores. Com a chegada de Diablo III às consolas, chegou também o modo cooperativo local, permitindo que até quatro jogadores desfrutem do jogo a partir da mesma sala.

Depois de inúmeras modificações, ajustes, e introduções de conteúdo, Diablo III é um jogo fenomenal, tanto no PC, como nas consolas. A jogabilidade está aprimorada, o design dos níveis é soberbo, as classes estão equilibradas e são todas divertidas, e a aventura em si é variada, intensa, e viciante. A chegada de vários modos de jogo e níveis de dificuldade veio aumentar ainda mais o que já era uma longevidade de largas horas, e um jogador que se dedique a Diablo pode facilmente passar a centena de horas a jogar. No PC, Diablo III é jogado com rato e teclado, numa mecânica de "aponta e clica", mas a adaptação às consolas não se limitou a uma conversão do jogo de PC. A Blizzard redesenhou inúmeros elementos da estrutura e modificou por completo a jogabilidade, atribuindo controlo direto ao jogador através do comando. O movimento passou a ser feito com o analógico esquerdo, e as diferentes habilidades com os botões do comando. Até acrescentaram uma função de desvio que não existe no PC, atribuída ao analógico direito.

Depois chegou Reaper of Souls (lançado para PS4 e Xbox One num pacote completo intitulado Diablo III: Ultimate Evil Edition). A expansão acrescentou inúmeras horas de jogo na forma de um novo acto, com áreas, inimigos, itens, e desafios inéditos. E claro, com uma batalha final contra a própria morte. A expansão trouxe também uma nova classe, o Crusader, que veio de certa forma ocupar o espaço que pertencia ao Paladino em Diablo II, mas a Blizzard não se ficou por aqui.

Além do já referido evento de Diablo que está disponível durante o mês de janeiro, a Blizzard tem ainda programadas novidades para Diablo III. Os jogadores de consolas podem finalmente desfrutar de Seasons, um modo da versão de PC que permite aos jogadores competirem entre si e enfrentarem vários desafios, tudo para ganharem um conjunto de seis peças de equipamento exclusivo. O modo Adventure vai também receber novas áreas, inimigos e itens, que serão lançadas ao longo do ano.

Mas claro, o grande atrativo de 2017 para Diablo III será a introdução do Necromancer. Este feiticeiro das artes negras pode erguer os mortos para combaterem ao seu lado, e até fazer explodir corpos. O Necromancer será lançado num pacote que inclui a classe (versão feminina e masculina), slots adicionais para personagens, uma mascote exclusiva, e outros extras semelhantes. Para acederem ao Necromancer necessitam de ter Reaper of Souls no PC, ou a edição Ultimate Evil Edition, e ainda terão de comprar o pacote. A data de lançamento e o preço não foram revelados.

Não sabemos o que o futuro reserva a Diablo, se uma nova expansão como Reaper of Souls, ou o salto direto para Diablo IV, mas a Blizzard já provou que não vai deixar acontecer uma nova travessia no deserto como aconteceu entre Diablo II e Diablo III. Os jogadores querem claramente mais Diablo, e a Blizzard parece claramente empenhada em acrescentar pelo menos mais 20 anos em cima dos que já passaram.

Parabéns Diablo!

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