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PlayStation VR - Análise

As nossas conclusões depois de uma semana com o dispositivo de realidade virtual da Sony.

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A realidade virtual da Sony está quase a chegar, ou no nosso caso, já chegou há mais de uma semana. Dos três dispositivos principais de realidade virtual (HTC Vive e Oculus Rift são os outros), o PSVR é o mais barato e o mais acessível, já que não requer um computador de topo - apenas a PlayStation 4 e uma PS Camera. Além disso está a receber um forte apoio das produtoras, e terá um line-up de jogos muito sólido. Mas... será a realidade virtual uma moda passageira, ou algo que para durar? É isso que vamos tentar responder neste texto, mas para dizer a verdade, é difícil tentar adivinhar como irá o mercado reagir a esta nova tecnologia.

Quando o PlayStation VR estiver à venda, estará acompanhado de um leque de jogos bastante sólido, oferecendo escolhas para muitos gostos. Em cima disso é preciso considerar que a Sony está a apostar forte nesta tecnologia, e o departamento de videojogos está em grande forma depois da excelente prestação da PlayStation 4. Em resumo, o PlayStation VR tem vários benefícios em relação à sua competição direta de realidade virtual, até porque os outros ainda nem têm data de lançamento em Portugal.

Algo que referimos no passado, quando falámos sobre os outros dispositivos, é que a realidade virtual não é para todos os jogadores - e isso aplica-se ao PSVR. Antes de investirem a soma considerável que o dispositivo exige, certifiquem-se que o experimentam várias vezes antes de o comprarem, seja num evento ou numa loja. Algumas pessoas dão-se mal com a realidade virtual, e podem ficar com fortes dor de cabeça ou sentirem-se mal dispostas. O mesmo vale para os jogos. Embora seja aconselhável experimentar todos os jogos antes de os comprarem sempre que possível, isto é particularmente verdade para os jogos de realidade virtual, já que os vídeos não conseguem recriar a experiência real que vão ter.

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O que inclui e o que preciso?

O pacote do PlayStation VR inclui o capacete de realidade virtual, o receptor, fones de ouvido, os cabos necessários, oito demos, e acesso ao Playroom VR. O que é muito importante realçar é que este pacote não inclui a PS Camera, que é essencial para jogarem PSVR. Se não tiverem uma PS Camera terão de comprar uma, que neste momento custa € 59.99. Ou seja, se só tiverem a PS4, têm de gastar € 459.99 para jogarem PSVR. Embora não sejam obrigatórios, para desfrutarem de alguns jogos da realidade virtual podem precisar de dois controladores Move, e cada um deve custar € 19.99. Ou seja, um PSVR, uma PS Camera, e dois PS Move vão ficar-vos a rondar os 500 euros. Se quiserem jogos têm de acrescentar ainda mais euros à conta, ou seja, não pensem que será barato entrar na realidade virtual. Dito isto, e embora o PlayStation Move acrescente à experiência, não nos parece que seja para já um dispositivo essencial. Para a maioria dos casos, o DualShock 4 funcionou na perfeição.

Embora ligeiramente menos luxuoso que os dispositivos de PC, o PSVR tem um design inteligente e futurista. É leve, robusto, e parece muito mais à-vontade numa salta de estar do que o Vive ou o Oculus. Na cabeça também fica confortável, com duas placas de borracha - uma na testa, outra atrás - que facilitam o encaixe. Atrás existe um regulador para ajustarem o ângulo e o aperto do capacete, e um botão por baixo do visor permite aproximar ou afastar o ecrã da face. Em resumo, é um design inteligente e prático. Se estão preocupados porque usam óculos, podemos revelar que o capacete é relativamente confortável com eles postos, mas é provável que se cansem mais rápido que outros utilizadores. Conforme movem a cabeça, também é possível que os vossos óculos saiam do sítio, e que tenham de parar a experiência para os ajustar, o que não é muito prático. A borracha que cobre o interior tapa praticamente toda a luz exterior (a menos que esteja mal posto), e ao contrário do que temíamos, não provoca muito suor.

Graficamente e tecnologicamente, o PSVR é o dispositivo inferior dos três acessórios de realidade virtual. O ecrã OLED de 1920 x RGB x 1080 significa que vão ver menos píxeis por olho que nos concorrentes, mas a maior limitação não está no dispositivo, mas sim na PlayStation 4. Um jogo de realidade virtual é muito mais exigente que um jogo tradicional, e para conseguir suportar tudo isto, o grafismo vai parecer inferior ao que vimos noutros jogos. Não esperem ver nada sequer próximo da qualidade gráfica de um Uncharted 4 no PSVR. Parte do propósito da PS4 Pro é precisamente o de permitir um maior aproveitamento gráfico do PSVR, e estamos curiosos para ver como a nova consola irá realmente beneficiar o dispositivo de realidade virtual. Por outro lado, a taxa de atualização de 120Hz significa que a experiência é muito fluida, e isso verificou-se em praticamente todos os jogos que experimentámos. O ângulo de visão é de apenas 100 graus, mas isso nunca nos incomodou. Quando ao áudio 3D, acrescenta imenso à imersão do jogador - mesmo com os fones incluídos com o dispositivo.

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O que mais nos impressionou no PSVR foi a capacidade de leitura de movimento do dispositivo, que conseguiu sempre acompanhar bem a nossa cabeça. Aliás, existem vários jogos cuja principal premissa se baseia em precisamente ler os movimentos do capacete, e funcionaram perfeitamente. O mesmo aplica-se aos Moves e ao DualShock, embora por vezes tenham saído do alcance da câmara - o espaço permitido parece-nos um pouco restrito.

Também incluído no pacote está um disco com oito demos jogáveis, mas convém referir que são amostras bastante pequenas - algumas inferiores a cinco minutos. Ainda assim, devem ser suficientes para perceberem como funcionam alguns jogos na realidade virtual. O PSVR também não é todo sobre jogos, e até permite ver filmes através de um ecrã que aparece no espaço da realidade virtual. Até podem jogar jogos normais desta forma, como se estivessem a ver uma televisão em realidade virtual. Para dizer a verdade, gostámos da experiência e sentimos que até aumentou a imersão, mesmo nos jogos que não aproveitam a realidade virtual. Pode não ser ideal para grandes períodos de jogo, mas é uma função que voltaremos a usar.

Depois de muita conversa e promessa, o PlayStation VR tornou-se finalmente numa realidade para o grande público, e inclui um leque de jogos de lançamento muito sólido. Embora o grafismo da realidade virtual pareça datado em relação ao que se faz nos jogos tradicionais, achámos a experiência em si muito positiva, sobretudo quando experimentámos jogos que não obrigavam a grande movimento (mas mais uma vez, isto depende de cada um - podem adorar esse tipo de jogos -, e o melhor mesmo é experimentarem).

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A grande questão portanto é:

Vale a pena comprar um?

Bem, pedimos desculpa, mas não podemos responder a essa pergunta com um sim ou não. O investimento necessário é considerável, e a experiência de realidade virtual ainda é demasiado subjetiva e jovem para a avaliarmos dessa forma. Tudo o que podemos fazer é informar acerca dos prós e dos contras, e de alguns factores que vos podem fazer decidir entre a compra. Se for algo que vos fascina, e têm essa disponibilidade financeira, então vão receber um bom produto de realidade virtual. Outros preferirão esperar para ver no que vai dar esta realidade virtual, e como irá evoluir o lançamento de jogos durante o próximo ano.

Como acontece com outras primeiras gerações de tecnologia inovadora, o PSVR não é prefeito. O capacete é grande, a resolução não impressiona, e o preço é elevado, mas (e este é um grande "mas"), achamos que a realidade virtual é excitante, e que representa a entrada num novo território para o entretenimento interativo. A partes ainda é brusco e tosco, mas conforme os produtores começarem a criarem novas experiências cada vez melhores e mais optimizadas, vamos começar a perceber melhor qual é afinal o potencial desta tecnologia. Ainda falta claramente um "jogão" que prove que a realidade virtual é algo indispensável, mas acreditamos que é possível criar um. A grande questão agora é perceber qual vai ser a reação ao PSVR. Se o público apostar em força, vamos ver esta tecnologia entusiasmante evoluir cada vez mais. Caso contrário, estará condenada ao fracasso. Qual das duas vai acontecer? Em parte, a resposta a essa pergunta depende de vocês - os jogadores.

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