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Far Cry 4

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Uma última incursão por Far Cry 4, montados num elefante, antes da reta final para o lançamento.

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O que fariam para cumprir os últimos desejos da vossa mãe? Seriam capazes de viajar para o vosso país natal, do qual só agora ouviram falar, para espalharem as cinzas nas montanhas? Então e se descobrissem que os vossos pais estavam ligados à criação de um movimento de resistência, numa luta contra um ditador cruel? Juntavam-se ao grupo? São estas as perguntas a que Ajay Ghale, o protagonista de Far Cry 4, terá de responder, quando se iniciar a sua aventura.

Ajay Ghale, como podem ter percebido em cima, nasceu em Kyrat, antes da sua mãe o levar para os Estados Unidos da América, quando ainda era uma pequena criança. Ao crescer, Ajay manteve-se quase sempre no lado errado da lei, mas a notícia da morte da sua mãe veio mudar isso. Durante a sua última conversa, a mãe de Ajay contou-lhe sobre as suas raízes em Kyrat pela primeira vez, antes de ser informado que o seu último desejo passa pela libertação das suas cinzas na terra de Lakshmana, em Kyrat.

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Ajay considera-se americano, e pronuncia o seu nome como um americano o faria. O povo de Kyrat, contudo, recusa-se a fazê-lo, devido à herança que o seu nome carrega. Este é um processo deliberado, que segundo Lucien Soulban, um dos argumentistas do jogo, representa a dualidade na personagem de Ajay; a luta interna entre o homem que é e o homem que aparentemente está destinado a ser. Isso também é visível na forma como é tratado pelo povo de Kyrat, ao nível de uma celebridade. Como o filho de Mohan Ghale - um homem de que Ajay praticamente não tem memória, mas que é um símbolo para a resistência de Kyrat - o seu regresso implica o reacender da esperança entre os rebeldes da Golden Path.

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Ao progredirem pela história, enquanto ajudam os Golden Path na sua luta contra o regime opressivo de Pagan Min, vão encontrar momentos onde podem influenciar certos eventos com as decisões que tomam. Um conceito semelhante ao final de Far Cry 3, mas aplicado a mais momentos do jogo. Os Golden Path são liderados por Amita e Sabal, duas personalidades muito distintas que têm ideias diferentes sobre o futuro de Kyrat, mas que concordam que qualquer solução é melhor que o estado atual, sob a ditadura de Pagan Min.

Amita é uma defensora dos direitos das mulheres, e acredita que o futuro de Kyrat passa pela ascensão do sexo feminino ao poder. Sendo a primeira mulher a combater ao lado dos restantes Golden Path, Amita conseguiu reunir muitos apoiantes na sua busca pela igualdade. Amita tem também consciência de que o país só conseguirá erguer-se se tiver saúde financeira, algo que pretende resolver com o seu império de ópio. Sabal, por outro lado, acredita que a tradição e a fé serão os pilares necessários para a estabilidade de Kyrat, assim que Pagan Min for destituído do poder. Em certos momentos da história, Amita e Sabal vão estar em conflito, e será o jogador a decidir a rota a seguir pelos Golden Path.

Far Cry 4
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Enfiada no meio da história está também uma Quest paralela muito especial, que irá motivar os jogadores a procurarem Shangri-La, a cidade mítica baseada na obra de James Hilton. Shangri-la funciona como a base cultural para Kyrat, e durante o jogo vão encontrar peças de tapeçaria que, ao serem montadas, vão revelar a história de Kalinga. Kalinga é um guerreiro lendário conhecido como o "tigre branco", e é o protetor eterno de Shangri-La - o paraíso na Terra. Nesta vossa jornada espiritual para encontrarem Shangri-La, vão encontrar inimigos peculiares, com um aspeto e um comportamento diferente dos soldados de Pagan Min.

O sistema de habilidades de Far Cry 4, com um tema também baseado em Shangri-La, funciona de forma muito semelhante ao de Far Cry 3, no sentido em que ganham pontos de experiência que depois permitem desbloquear habilidades numa árvore. A diferença é que, em vez de três árvores de talentos, vão encontrar duas - a do tigre e a do elefante. Ao todo serão 48 habilidades que podem desbloquear.

Durante o nosso tempo com o jogo ficámos surpreendidos com o quanto lembrou Far Cry 3. O segundo capítulo da série, em África, foi muito diferente do original, e o terceiro jogo acabou por ser também bastante distinto que os antecessores. No entanto, parece que a Ubisoft encontrou a sua fórmula de sucesso para a série (e Far Cry 3 é de facto um jogo excecional), pelo que terá decidido transportar essa fórmula para Far Cry 4. Apesar da estrutura e da jogabilidade semelhantes, existem muitas novidades mais pequenas, como a opção para atirar carne aos inimigos, atraindo a perigosa vida selvagem de Kyrat. A grande diferença, contudo, está no ambiente.

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Apesar de se passar no país fictício de Kyrat, a referência aos Himalaias é evidente, e o mapa apresenta uma verticalidade muito peculiar. Quando estiverem em zonas nevadas, poderão usar ganchos para trepar, o que fará com que a neve caia em cima dos inimigos em baixo. Por outro lado, a falta de visibilidade nestas áreas também pode ser usada para uma abordagem mais furtiva. Em termos de metros quadrados o mapa é sensivelmente do mesmo tamanho que os dois de Far Cry 3. A maior verticalidade, contudo, significa que a distância do ponto A ao ponto B não será tão linear como isso. Felizmente, existem novos meios de transporte.

Entre os mais populares estão o novo Gyrocopter e os elefantes. Este estranho helicóptero é fantástica para atravessar distâncias vastas em pouco tempo, já que elimina todas as curvas e verticalidade das estradas. Quanto aos elefantes, podem ser montados e utilizados para rebentar portas, esmagar inimigos e até virar carros. Outra função nova é a opção para disparar enquanto se conduz. Isto obrigou a equipa a mudar o esquema de controlos, atribuindo a direção, a aceleração e a travagem a um só analógico. Se não gostarem podem reverter para o esquema clássico, mas isso irá desativar a opção para disparar enquanto conduzem.

Conduzir e disparar ao mesmo tempo pode ser uma tarefa complicada, pelo que podem pedir ajuda a um companheiro controlado pela inteligência artificial, ou a um parceiro, no modo cooperativo. Até poderão convidar um amigo que não tenha o jogo, para partilhar algumas horas de diversão convosco. É um processo chamado Keys to Kyrat, e que é exclusivo aos jogadores PlayStation. Uma nota, contudo. Enquanto existem muitas atividades para os dois jogadores, as missões de história são exclusivas para um jogador, e não podem ser jogadas em modo cooperativo.

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O jogo parece ser enorme, e considerando a amostra que tivemos durante o evento, Far Cry 4 estará recheado de personagens e atividades fantásticas, que não podemos partilhar ao pormenor para não estragar surpresas (outras estão bloqueadas por embargos). Na nossa opinião, o enredo de Far Cry 3 sofreu com um ritmo algo incoerente, enquanto procurávamos os amigos e familiares de Jason. Existia uma urgência na história, mas o fantástico mundo aberto convidava-nos a ignorar essa mesma urgência.

O facto de Far Cry 4 se passar durante um período de guerra civil, significa que existe maior contexto para as tarefas do jogador, e muitas atividades que envolvem caça, corridas e a tomada de postos de Pagan Min. Gostámos do nosso tempo passado com Far Cry 4, mas não podemos deixar de assinalar que esta versão estava carregada de problemas técnicos. Quando jogámos, faltavam ainda quase dois meses para o lançamento, pelo que é possível que sejam resolvidos. Se assim for, Far Cry 4 pode ser uma das grandes surpresas do ano - esperemos apenas que não acabe adiado devido a estas falhas.

Também podem ver uma entrevista com o produtor aqui, sobre o modo Hardcore e as diferenças entre as gerações de consolas.

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