O anúncio deste terceiro Geometry Wars em agosto passado apanhou-nos de surpresa, embora nos tenhamos apercebido de imediato que era uma proposta arriscada. Não nos interpretem mal, ficámos obviamente satisfeitos com a confirmação de que a série irá continuar, mas considerando que a produtora original - Bizarre Creations - foi desmantelada, mostrámos alguma desconfiança sobre o que viria a seguir. Foi por isso com alívio que percebemos que a nova produtora, Lucid Games, foi formada por antigos membros da equipa que criou o Geometry Wars original.
Embora seja parte da mesma série, Dimensions não é uma sequela direta de Geometry Wars: Retro Evolved 2. O mais provável é que a Lucid Games tenha feito a mesma pergunta que todos nós fizemos ao jogarmos o antecessor - como pode isto ser melhorado? A resposta é simples: não pode, ou pelo menos, não de forma significativa. Assim, a Lucid Games optou antes por levar Geometry Wars numa nova direção. Existem obviamente semelhanças com o passado, mas muito também é novo e diferente. A pista, para as novidades, está no nome.
Em vez de se manter a grelha quadrada clássica (que ainda vai reaparecer noutros modos), a Lucid Games optou por colocar o avatar equipado com lasers numa série de níveis construídos à volta de várias formas tridimensionais, com uma câmara que segue o avatar enquanto navegam a forma. Este é o conceito do modo Adventure, desenhado para um único jogador, e o progresso é visualizado através de cores, impostas numa espécie de mapa geral. Cada nível exibe vários resultados e desafios quando é selecionado, mas para desbloquearem o patamar seguinte, têm de atingir uma classificação de pelo menos três estrelas. Aparentemente existem 50 níveis no jogo, mas o formato do mapa permite a introdução fácil de mais níveis via DLC.
Uma boa fatia dos inimigos que vão encontrar no jogo são velhos familiares dos anteriores, mas existem novos obstáculos para ultrapassarem. Os próprios cenários serão um desafio à perícia do jogador. Um dos níveis que vimos tinha uma forma cilíndrica, onde apareciam paredes vermelhas aleatoriamente, que desviavam os disparos do jogador e limitavam a sua margem de manobra. Embora existam mais perigos, também podem contar com ajuda auxiliar. Além das habituais super-bombas, existem outros ataques especiais que podem desbloquear, bem como novos drones auxiliares, que podem atacar inimigos ou defender o jogador. Sinceramente, esta nova abordagem a Geometry Wars aproxima-o bastante do território de Super Stardust.... e não sabemos muito bem o que pensar disso.
Também ficámos um pouco desiludidos com o aspeto do jogo, que não causou o mesmo impacto brutal que tivemos quando vimos Retro Evolved 2. O grande fator decisivo será, obviamente, a jogabilidade, que ainda não experimentámos, mas gostámos de ver alguns toques interessantes. Existe uma maior interação social e vão receber notificações sempre que um amigo vosso obtenha uma pontuação maior num nível específico. Quanto a outros modos de jogo, serão maioritariamente online, com propostas competitivas e cooperativas.
Ao contrário dos anteriores, muito ligados à Xbox 360, o novo jogo será multi-plataformas, com lançamentos confirmados para Xbox One, PC e PS4. Ainda falta algum tempo para a sua chegada, que deverá acontecer mais perto do final do ano, mas o plano da Lucid Games passa por apresentar mais novidades durante as próximas semanas.
Quando um jogo é adorado por tanta gente, é inevitável que mudanças drásticas à estrutura sejam encontradas com alguma resistência, mas é bom saber que o jogo está a ser produzido por membros da equipa anterior. O que vimos deixou-nos um pouco desconfiados da direção abordada, mas mantemos esperança que o resultado final seja um bom shooter ao estilo das arcadas.