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Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

E3 2014: Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

Um novo olhar à próxima obra de Hideo Kojima, um jogo que pode ser a reunião perfeita dos melhores elementos da série.

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Ground Zeroes é curto e demasiado caro, mas pelo menos deixou-nos ainda mas entusiasmados para ver o jogo principal, Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. Não tínhamos grandes dúvidas sobre se Kojima conseguiria criar uma nova experiência cinematográfica emocionante, mas foi bom ver que Kojima tem perfeita noção de que está a criar um jogo, não um filme. Como vimos em Ground Zeroes, os controlos foram renovados e as mecânicas de jogo modernizadas, formando uma experiência mais fluida e graciosa que no passado. Era a revolução que a série precisava desesperadamente e pela primeira vez em muito tempo, sentimo-nos em controlo total de Snake (Big Boss), sem ser preciso negociar com os comandos desnecessariamente complicados de outrora. Foi sobretudo isso que Ground Zeroes nos trouxe, a confirmação de que MGSV é um jogo com mecânicas e controlos atuais.

A demo da E3 permitiu rever isso, mas como que através de uma lupa. Em vez de um pequeno campo de concentrações, vimos uma enorme área no deserto (Phantom Pain será mais que 200 vezes o tamanho da base de Ground Zeroes).

Não conseguimos jogar, mas presenciámos uma demonstração de 45 minutos em tempo real, enquanto Big Boss explorava um vasto vale com várias pequenas concentrações militares inimigas. A interface marcava mais de 900 metros até ao objetivo principal, uma distância que diz bem da diferença de escala para Ground Zeroes. A pé seria uma caminhada demasiado longa para um jogo, mas felizmente a demo arranca com Big Boss a cavalo. O herói original tem ainda acesso aos binóculos, que lhe permitem marcar os inimigos na sua posição, bem como o iDroid, um mapa virtual/rádio útil para avaliar o terreno. Em termos de armamento, existe muito por onde escolher, mas o foco da demo vai para o estilo mais furtivo.

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain
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Tal como vimos em Ground Zeroes, as sequências de vídeo são de grande produção e felizmente, pelo menos pela demo que vimos, continuam relativamente curtas e objetivas. Parece que Kojima aprendeu finalmente a lição. O herói outrora conhecido como Naked Snake arranca a demo ao lado de Ocelot, uma versão a meio caminho entre o clássico que conhecemos em MGS e o jovem de Snake Eater. Já viram esta sequência, no trailer lançado há um ano. O icónico pistoleiro afirma que Big Boss terá de cumprir a missão sozinho e reconquistar o estatuto de lenda, depois de ter estado quase uma década afastado do campo de batalha (devido ao coma de que Kojima já falou).

Os relatórios meteorológicos indicam a aproximação de uma tempestade de areia, que quando chega, praticamente cega o jogador (e felizmente, os inimigos também). Os efeitos da poeira e da areia são fantásticos e mostram a qualidade da tecnologia Fox Engine. Podem utilizar a tempestade de areia para passarem pelas patrulhas sem serem vistos ou, como uma das alternativas, podem recorrer ao truque mostrado no trailer do ano passado, e inclinarem-se no cavalo ficando longe da vista dos inimigos. É difícil assistir a estes momentos de Phantom Pain, enquanto Big Boss cavalga pelo deserto sem nos lembrarmo-nos de Red Dead Redemption. A nova estrutura aberta só ajuda a isso, mas atenção - o jogo é muito mais aberto, mas não é tão livre e solto como GTA ou o próprio Red Dead. Não podem ir para as montanhas no horizonte, por exemplo. Ainda assim, é difícil perceber a real dimensão da zona sem termos o comando na mão.

O detalhe, contudo, é bem evidente. A vida selvagem continua a sua rotina no campo e notamos em algo que Red Dead não fez, enquanto um cavalo defecou enquanto Snake esperava sentado na sela. O humor peculiar de Kojima vai estar presente no jogo, apesar do tom sério e até negro da história. Mas em termos gráficos, o jogo é realmente belo - iluminação em tempo real é fantástica, tal como são as alterações climatéricas. Presenciámos exemplos de ambas enquanto Big Boss esperava de cigarro na boca, uma nova forma de avançar as horas rapidamente.

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain
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Muita da jogabilidade é idêntica a Ground Zeroes, mas existem fatores novos em Phantom Pain. O mais óbvio será a base de Big Boss, a Mother Base, que podem reforçar recolhendo todo o tipo de acessórios e objetos no campo de batalha. Entre missões vão poder visitar esta base no oceano, completamente personalizável e explorável. Para a reforçarem vão ter de prender tudo o que queiram levar para a base em balões de sinalização. Isto inclui praticamente tudo mesmo, de veículos a soldados e até animais. Quando a missão acabar, lá estarão eles à vossa espera na base. Até podem usar os balões no próprio Big Boss, se quiserem abortar a missão, desde que fiquem sentados no topo dos objetos maiores enquanto são recolhidos.

Mas a Mother Base não se limita a receber itens, também podem requisitar equipamento através do iDroid. Um desses itens é a caixa de cartão, que regressa depois da ausência de Ground Zeroes e que agora até permite alguns movimentos novos (podem sair da caixa e deixá-la no mesmo sítio, por exemplo). Também é possível pedir auxílio a agentes capturados, que ajudarão na identificação da posição dos inimigos e até apoio aéreo, na forma de bombardeamentos e helicópteros de extração.

Algumas das técnicas mais antigas também foram renovadas. O toque na parede, por exemplo, para atrair inimigos, foi substituído por uma função no novo braço metálico de Big Boss. Os ataques de combate CQC também são mais agressivos por isso e até o sistema de cobertura, estreando em Ground Zeroes, foi melhorado de acordo com feedback recebido pelo jogo. Phantom Pain é um jogo imenso, com muito com que os jogadores podem "brincar", se assim o entenderem.

É o conjunto de tudo isto - da história, do humor e do potencial da jogabilidade. que nos deixa tão entusiasmados com Phantom Pain. Enquanto muitos se calhar preferiam o regresso do tradicional Solid Snake (ou Old Snake), Kojima parece estar empenhado em contar a história completa de Big Boss, uma história, não só sobre a vida do homem, mas as maquinações da guerra. Todos sabemos o que acontece no futuro, e os confrontos com Solid Snake, mas queremos ver em primeira mão o que aconteceu para que Big Boss se tornasse no "vilão"do futuro.

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

A demo de Phantom Pain deixou-nos mais dúvidas que respostas, ou pelo menos, não nos respondeu a algumas questões pertinentes. Corre o rumor, por exemplo, de que os eventos de Phantom Pain vão apanhar os do Metal Gear original, o que resultaria na aparição de Solid Snake. Aliás, muitos até afirmam que esse é o verdadeiro motivo para a escolha de Kiefer Sutherland como a voz de Big Boss - focando David Hayter exclusivamente em Solid Snake. Isto tudo, contudo, não passa de especulação. O que retirámos desta demo é o reforço da ideia de que já tinhámos, de que MGS V não será um capítulo a gozar dos louros do passado, mas um título de ação moderno, capaz de voltar a deixar marca na indústria.

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