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Mass Effect: Andromeda

Mass Effect: Andromeda

Já jogámos o novo Mass Effect, e estas são as nossas impressões.

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O espaço ainda é uma fronteira misteriosa para a humanidade, mesmo com todos os avanços das últimas décadas, e muitos ainda olham com admiração e mistério para o que está nesse vasto 'espaço' que foge à nossa compreensão. É por isso natural que jogos e filmes que vão além do nosso planeta prendam a nossa imaginação, sobretudo quando são bem feitos. A trilogia Mass Effect encaixa naturalmente nessa categoria.

Mass Effect: Andromeda vai ainda mais longe, levando o jogador além da nossa galáxia, através de um grupo de pioneiros à procura de nova casa. Esse é o mote do novo RPG de acção da Bioware, um mote de exploração, sobrevivência, e união, que já não víamos na saga desde o primeiro jogo. Segundo Fabrice Condominas, produtor de Mass Effect: Andromeda, o objetivo da Bioware era precisamente o de recapturar essa sensação. Em parte isso deve-se ao novo leque de personagens (são todas originais), que devido ao contexto em que se encontram, partilham todas um sentimento aventureiro. Isso não implica que não existam várias motivações diferentes entre a tripulação para embarcarem numa viagem de 600 anos através do desconhecido - sobretudo porque é uma viagem apenas de ida, aconteça o que acontecer.

Isto vai colocar a humanidade, e as raças que a acompanham, em confronto com situações inesperadas. Aqui os verdadeiros alienígenas que estão a invadir espaço alheio, somos nós. Normalmente, quando pensamos numa possível visita extra-terrestre, pensamos em seres tecnologicamente mais avançados. A questão é que, embora neste caso os alienígenas sejamos nós, os habitantes locais são bem mais avançados. É uma tecnologia fantástica, de ficção científica pura, mas a Bioware deseja manter um sentido de credibilidade na saga, e por isso esteve em contacto com a Agência Espacial Europeia.

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Em parte isso será aplicado às várias possibilidades de planetas que podem explorar no jogo, e ao todo, o mapa de Mass Effect: Andromeda é estupidamente grande. Alguns planetas serão inclusivamente maiores que todo o mapa de Dragon Age: Inquisition, por exemplo. Os jogadores vão sobretudo visitar o sistema Heleus, com alguns planetas obrigatórios, e muitos outros opcionais. Existem inúmeras missões e objetivos secundários que podem cumprir, incluindo obrigatoriamente as missões que envolvem os companheiros do jogador. Isto estará ligado a um novo sistema de lealdade, que determina o respeito e a confiança de cada indivíduo do grupo para com o jogador. A Bioware também prometeu um sistema dinâmico com muitas personalidades diferentes, o que significa que não será possível agradar a todos os companheiros. Terão de tomar muitas decisões no papel do Pathfinder, e isso pode colidir com os desejos de alguns companheiros. A relação com os colegas também foi trabalhada para ser menos direta, permitindo desenvolver amizades, trocas de piropos, relações amorosas, e casos de uma só noite.

A maioria destas relações vão acontecer a bordo da Tempest, a nave que substitui a Normandy dos jogos anteriores. Embora sirva o mesmo propósito geral, existem diferenças entre as duas naves. Para começar, será mais pequena, e será composta por vários terminais que permitem aceder a inúmeros componentes do jogo. Um exemplo é o mapa estelar, que permite pesquisar a galáxia e determinar rotas. Cada membro da tripulação terá o seu pequeno canto, que podem visitar para interagir pessoalmente com cada indivíduo do grupo. Outro terminal vai ligar ao modo multijogador, permitindo consultar estatísticas e lançar partidas. Também existe uma sala de reuniões, que podem usar para convocar o grupo e discutir os eventos mais importantes.

Uma grande diferença de Mass Effect: Andromeda para a trilogia original, está nos protagonistas. No passado podiam escolher versões feminina ou masculina do comandante Sheppard, mas o novo jogo vai por um caminho diferente. Desta vez as personagens feminina e masculina não são a mesma pessoa, mas são antes irmãos - Scott Ryder e Sarah Ryder, ambos filhos do Pathfinder original. Quando o jogo arranca, ambos acordam subitamente do sono induzido, e em pouco tempo têm de embarcar numa missão para investigarem um planeta com potencial para ser "A Nova Terra". Como devem calcular, a situação não é muito simples e amigável, e o grupo encontra uma matéria negra desconhecida. Esta matéria envolveu a maior arca da expedição, a Hyperion, que carrega mais de 20 mil humanos, e o objetivo do grupo é tentar encontrar alguém - ou algo - que possa estar a comandar a matéria.

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Em pouco tempo a situação complica-se e as armas têm de entrar em ação, ao conhecemos um novo inimigos - os Kett. São uma estranha raça bípede, com várias camadas ósseas à vista no corpo. O combate em si pretende ser muito mais dinâmico do que era nos antecessores, com a introdução de uma física melhorada para a jogabilidade, e um novo jetpack que acrescenta grande verticalidade. Podem saltar mais alto para o ar, planar alguns segundos, e descer de forma acelerada contra o oponente, mas tenham atenção, que os inimigos podem usar táticas semelhantes.

O grosso do combate é familiar a quem jogou os antecessores - é ação na terceira pessoa com mecânicas de cobertura -, mas existem algumas nuances diferentes, como o facto do protagonista agora se encostar sozinho às coberturas. As armas (e aparentemente existem muitas) que experimentámos pareceram-nos potentes e convincentes, mas não são o único foco do combate de Andromeda. Existem também habilidades especiais que as classes podem executar, e no caso dos poderes bióticos, podem tirar a gravidade aos inimigos para flutuarem no ar, carregar com grande força sobre os oponentes, e empurrá-los, por exemplo. Existem mais combinações que podem executar do que nos jogos anteriores, sobretudo com o uso do jetpack, como evidencia o último vídeo de jogabilidade oficial (no fim da página).

Depois de jogarmos uma missão no início do jogo, e outra mais avançada na estória, ficámos com uma impressão muito positiva de Andromeda. Graficamente é fantástico, e os ambientes que explorámos tinham grande nível de detalhe. As personagens são também impressionantes, embora os olhos (um velho problema dos jogos da Bioware) parecessem um pouco vazios. Talvez seja algo a melhorar antes do lançamento?

Nessa segunda missão mais avançada, estávamos a controlar Scott Ryder a nível 15 (na primeira jogámos com Sarah), e o ficheiro de save indica 9% de jogo completo. Esta missão decorreu no Kadara Market, um local situado nas montanhas de um planeta que serve de posto de abrigo para 'piratas' e exilados. Não tivemos a oportunidade de explorar bem a estória de fundo, mas parece que nem tudo correu muito bem entre a própria expedição, e que agora existem várias fações resultantes de uma separação.

O planeta está envolto em água tóxica, o que o torna num planeta duro de habitar. Isso e o facto do planeta já ser habitado por outra espécie, os Angarans. Sentimos de imediato interesse na política local, colecionado missões um pouco por todo o lado. Existe o Collective, uma organização formada de criminosos, que está a ter problemas com os Outcasts, um grupo organizado pelo Charlatan (o Charlatão). Ninguém sabe quem é este Charlatan, mas o mistério em torno desta personagem lembrou-nos do Shadow Broker da trilogia original. Aparentemente a certo ponto terão de escolher um lado aliado, mas não chegámos aí.

Durante esta segunda secção de jogo também tivemos a oportunidade de conduzir o Nomad, o novo veículo de terreno de Mass Effect (adeus Mako, não teremos saudades). Os controlos funcionaram bem, e o veículo pareceu ter boa física, mas tivemos problemas a subir algumas estruturas mais rochosas, e o veículo é demasiado frágil contra alguns inimigos (um bicharoco virou-nos com um simples golpe de cauda). O Nomad também tem um turbo curto e a capacidade para saltar, e ainda podem alternar entre dois tipos de pneus dependendo do contexto. À semelhança dos jogos anteriores, não existe qualquer animação para entrar no veículo - a câmara corta diretamente para o veículo e as personagens desaparecem. Nota ainda para o facto do Nomad poder ser usado como cobertura se estiverem fora do veículo.

Uma das missões secundárias que apanhámos pediu-nos para investigarmos uma série de homicídios. À semelhança de outros jogos na terceira pessoa, podem ativar um sistema de visão especial que permite pesquisar pistas com maior cuidado. Depois de alguma investigação acabámos por encontrar o assassino, dando sequência a novos tiroteios intensos. Conversámos com várias personagens, e os diálogos parecem semelhantes aos anteriores, mas os irmãos Ryder deixaram a impressão de serem menos sérios que Sheppard, no sentido que existem mais opções cómicas ou descontraídas.

Durante o jogo vão desbloquear várias opções para evoluírem a personagem, mas não só. A expedição também pode ser melhorada através de Andromeda Viability Points (AVP), e existem especialistas que permite aceder a três árvores de tecnologia diferentes - Milky Way, Heleus, e Remnant. Isto permite desenvolver plantas de armas, acessórios e equipamentos que depois podem construir. Aliás, se gostam de personalizar e especializar a personagem em áreas diferentes, existem mais opções que nos jogos anteriores.

Mass Effect: Andromeda pareceu-nos um jogo massivo, do qual só vimos a superfície. O tom, a jogabilidade, as opções de desenvolvimento, e o grafismo, impressionaram-nos e deixam grande esperança para o jogo final. A nossa maior preocupação neste momento prende-se com alguma falta de polimento. Encontrámos várias oscilações de fluidez e problemas técnicos, o que foi algo preocupante, mas a produção do jogo está concluída, e tudo o falta neste momento é afinar a experiência. Esperemos que o consigam a tempo do lançamento a 23 de março, porque potencial tem de sobra.

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