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The Turing Test

The Turing Test

Filosofia interessante atraiçoada por puzzles repetitivos.

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The Turing Test, desenvolvido pela Bulkhead Interactive, tem uma abertura semelhante à de um filme de Alien: acordamos, recebemos a tarefa de encontrar uma tripulação desaparecida e somos guiados por uma inteligência artificial chamada Tom. Logo depois de acordarmos, é-nos dito para pegarmos no equipamento e dirigirmo-nos à estação de acoplagem. Dez minutos depois, estamos no local onde a tripulação deixou de responder e o mistério desenrola-se a partir daí. Mas apesar do ambiente lembrar um pouco Alien, a jogabilidade é mais semelhante à de Portal, embora com uma execução muito menos cativante.

Jogamos com Ava Turing e progredimos ao efetuar alguns dos "Testes de Turing": tarefas que apenas podem ser completadas por humanos e que aqui envolvem usar uma Ferramente de Manipulação Energética para retirar energia a um objeto e transferi-la para outro. A utilização de uma arma na primeira pessoa, a natureza branca e estéril dos cenários e o isolamento da protagonista aproximam este jogo de Portal, mas os puzzles não são tão divertidos nem o jogo tem o mesmo carisma.

Para começar, os puzzles são difíceis, mas estão longe de ser únicos, com uma fórmula que se repete em demasia e que acaba por se tornar aborrecida. Daquilo que jogámos na antevisão, o nível de dificuldade foi subindo, mas a tarefa em si nem por isso. Mas para quem procura um desafio vai encontrá-lo porque vários níveis deixaram-nos a coçar a cabeça.

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As secções narrativas por entre as salas dos puzzles estavam muito melhor executadas. Existe um mistério em torno das pessoas desaparecidas, quem nós somos enquanto protagonistas e também enquanto seres humanos. A Bulkhead Interactive não esconde que o tema principal de The Turing Test é a humanidade e o que significa ser humano e como tal será interessante ver até onde vai isto no jogo final. Dos vislumbres que tivemos da narrativa, existe potencial, mas resta ver se será cumprido ou não. The Turing Test também tem uma apresentação muito agradável. A música de fundo é subtil o suficiente para não interferir, mas notória o suficiente para fazer notar as suaves notas de piano que complementam o ritmo suave do jogo. Ava e Tom têm vozes suaves e a narrativa revela-se gradualmente, com a música a conseguir acompanhar o ritmo.

Visualmente o jogo também está bem trabalhado, mas não é nada de revolucionário. Já perdemos a conta ao número de vezes que vimos superfícies brancas futuristas ou planetas de neve (Interstellar veio-nos à mente enquanto jogávamos) e por isso o jogo acaba por trazer outros jogos e filmes à mente sem deixar a sua própria impressão. Isto não quer dizer que seja mau, porque os cenários não deixam de ter bom aspeto e a jogabilidade está afinada, mas não é nada que consiga surpreender.

Apesar de não terem estragado a experiência, deparámo-nos com alguns aspetos irritantes do jogo. Para começar, mesmo com o brilho no máximo o jogo mostrou-se demasiado escuro e assim até as tarefas mais básicas começaram a tornar-se frustrantes devido à falta de iluminação ou uma lanterna. A física também nos pregou algumas partidas: ir de encontro a uma caixa fazia-a por vezes sair disparada para longe. Os ecrãs de carregamento também eram insuportavelmente lentos. Mas este é o tipo de otimização que tem tendência a ocorrer nas etapas finais do desenvolvimento, por isso esperamos que sejam resolvidos até o jogo estar terminado.

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Mas pelo menos o design dos níveis tem de ser elogiado. A Bulkhead Interactive pensou bastante em cada espaço e na forma como os puzzles se desenrolam de tal forma que nos sentimos intimidados e confusos quando entramos num novo nível, mas quando pensamos onde estão as fontes de energia e a sua relação umas com as outras, as peças começam a encaixar na nossa mente. Esta é a marca de qualquer bom jogo de puzzles.

Em resumo, a narrativa e as questões interessantes que o jogo coloca são prejudicados por puzzles aborrecidos que repetem sempre a mesma fórmula similar. O desafio nem sempre é sinónimo de qualidade num jogo de puzzles e ao completarmos cada nível começámos a ficar cada vez mais intimidados com a perspetiva de repetir a fórmula com pouca variação no seguinte. Os puzzles são uma parte essencial deste jogo e se não forem cativantes, a narrativa não será capaz de o compensar na totalidade. O jogo será lançado mais perto do final do mês, por isso fiquem atentos à análise.

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