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Tyranny

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A Obsidian está a explorar o lado negro dos RPG com o seu novo projeto.

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E se a batalha entre o bem e o mal tivesse terminado com a vitória da escuridão? É um conceito que raramente foi explorado no género RPG, mas é precisamente essa a base que a Obsidian Entertainment vai utilizar para o criar o seu próximo RPG isométrico, Tyranny, que apresentaram durante a GDC 2016.

Considerando o sucesso e a receção positiva de Pillars of Eternity, o último jogo da Obsidian, estamos surpreendidos que Tyranny não seja uma sequela para esse jogo. Ou que não tenha qualquer ligação com a licença de Vampire: The Masquerade, que a produtora adquiriu recentemente. Não, é algo completamente novo, criado de raiz pela Obsidian.

Tyranny passa-se no mundo fictício de Tiers, onde o vilão Kyros e as suas forças conseguiram uma vitória decisiva sobre as forças do bem. No seguimento desse triunfo, Kyros destruiu o mundo à sua volta, e agora comanda tudo o que resta. O jogador vai assumir o papel do Fatebinder, um elemento no exército de Kyros com poder e influência, alguém que tem um passado sangrento e violento com repercussões ao longo da história, apesar de aparentemente ser um "herói".

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"Queríamos contar a história de um herói num mundo onde o mal já venceu, e onde o jogador não se limita a encaixar com o mal, mas é um dos líderes do exército. Como se desenvolve uma personagem destas, e como se podem tomar decisões morais num mundo onde em que todos à nossa volta não são exatamente as melhores pessoas? Terão de decidir se vão aceitar o vosso papel com naturalidade, ou tentar manterem-se íntegros e ser uma força do bem num mundo do mal," disse-nos o diretor Brian Heins durante uma entrevista.

Estamos curiosos para perceber o que irá acontecer se o jogador decidir realmente seguir pelo caminho do bem, e de que forma isso irá impactar o mundo à nossa volta, porque o trabalho do protagonista foi decisivo para assegurar a vitória do mal.

Mesmo antes do jogo arrancar, terão de tomar algumas decisões que vão afetar, não só o tipo de personagem que vão ser neste mundo, mas também o tipo de alianças e interações que terão durante a aventura. Estas decisões vão determinar outros elementos, como o tipo de habilidades que terão ao vosso dispor no combater, e contra quem vão lutar, por exemplo. Heins explicou-nos o motivo desta escolha de design:

"Penso que na maioria dos jogos em que encarnamos uma pessoa má, andamos simplesmente a matar pessoas a torto e a direito, e nós queríamos dar outro tom a esse conceito. A maioria das escolhas que vão tomar em Tyranny não são preto ou branco, mas antes muitos tons de cinzento, por isso, mesmo que estejam a pensar que estão a tomar uma boa decisão, podem existir repercussões para outras personagens. Penso que os jogadores vão apreciar o tipo de nuances que temos no jogo."

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Tyranny utiliza o mesmo motor que Pillars of Eternity, mas enquanto esse jogo parecia uma versão moderna e polida de um jogo antigo, Tyranny oferece algo mais estilizado e artístico. E não se trata apenas de um trabalho de pintura para tornar o jogo mais bonito, mas também de uma exploração de temas que não costumamos ver. Em cima da moralidade ambígua do jogo, vão encontrar um mundo que está a passar por uma transição tecnologia, com paralelos entre o mundo moderno e os cenários típicos de fantasia.

O combate será semelhante ao que a Obsidian fez com Pillars of Eternity, ou seja, decorre inteiramente em tempo real, mas podem pausar a ação a qualquer momento para darem ordens aos vossos companheiros com mais calma. Quanto ao sistema de progressão das personagens, não é limitado por classes, e as habilidades que utilizam são as que sobem de nível, a lembrar os sistemas da série The Elder Scrolls.

A Obsidian tem provado, de projeto em projeto, que sabe como produzir este tipo de RPG mais profundo e clássico. É fácil ficar ainda mais entusiasmado com o facto de tarem a construir algo novo com um mundo criado de raiz, e com uma abordagem muito atípica ao conceito da história. Tyranny representa uma oportunidade entusiasmante para a Obsidian construir algo novo, que conseguia desafiar as ideias pré-concebidas dos videojogos sobre o bem e o mal, e ligar tudo isso com mecânicas RPG de grande qualidade. É uma tarefa ambiciosa, e neste momento é impossível prever se irá seguir um percurso de qualidade e sucesso, mas tudo o que sabemos sobre o jogo deixou-nos interessados em continuar a seguir esse percruso.

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ANTEVISÃO. Escrito por Bengt Lemne

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