Há muito que pode ser dito acerca da decisão da Ubisoft em utilizar um par de irmãos gémeos como protagonistas em Assassin's Creed: Syndicate. Terá sido uma resposta às críticas que Unity sofreu pela sua falta de atenção à vertente feminina? Como será que se desenrola a história principal - será que está dividida de forma equiparada entre Jacob e Evie? Será Jacob a personagem principal e Evie uma espécie de parceira jogável reservada para o conteúdo secundário? Ainda não sabemos bem, mas após termos jogado uma missão Black Box com Evie sabemos pelo menos a forma como ela difere do seu irmão em termos de jogabilidade.
A missão Black Box em si é bastante normal para quem conhece a série: recebemos várias opções diferentes para nos aproximarmos do agente Templário que foi marcado para morrer. A nossa escolha passou por ajudar um guarda a eliminar um par de Templários e depois fomos escoltados pelo nosso novo amigo disfarçados de prisioneiros de forma a aproximarmo-nos do alvo e entrar em combate.
Como sempre, a jogabilidade requer alguma habituação inicial, ao que se acrescenta ainda a utilização dos novos ziplines (demorámos algum tempo a habituar-nos, mas acabam por ser muito confortáveis) que Syndicate acrescenta ao sistema de corrida livre remodelado em Unity, onde continuam incluídos os botões dedicados para subir e descer. Mas passados alguns minutos, ficámos ajustados à jogabilidade e deitámos mãos à obra.
Evie tem uma habilidade de camaleão que lhe permite "desaparecer" de vista se ficar imóvel durante alguns segundos. Isto é muito útil pela flexibilidade ofensiva que proporciona, e em termos práticos é quase como um fardo de palha portátil dentro do contexto da série. Basta quebrar a linha de visão, ficarmos imóveis e estamos seguros. Uma mecânica interessante e que decerto tornará a jogabilidade dedicada aos métodos furtivos muito menos frustrante quando estivermos aos controlos de Evie.
A missão também nos deu oportunidade para experimentarmos outras mecânicas, como quando atraímos um guarda para debaixo de um caixote suspenso, cortando depois a corda que sustinha o peso. As bombas de fumo e voltaicas (eletricidade) deram jeito no confronto final da missão e o combate pareceu-nos muito rápido e fluido - um reflexo das capacidades de Evie.
Evie Frye parece-nos ser uma personagem muito agradável do ponto de vista da jogabilidade. Ainda não conhecemos bem a sua personalidade, mas esperamos que a dinâmica entre ela e o seu irmão Jacob, de estilo mais direto e virado para as lutas de rua, seja algo que ajude a separar Syndicate dos capítulos anteriores. Estes lançamentos anuais precisam de variar tanto em termos de jogabilidade como de narrativa para evitarem o aborrecimento.
Uma área que decerto interessará aos nossos leitores será o estado técnico do jogo na secção que experimentámos. Como sempre, é quase impossível avaliar o estado de um jogo completo ao jogar uma demonstração fechada como esta. Ainda assim, não vimos nada que possa indicar o tipo de problemas que experimentámos em Unity, por isso esperamos que tenham sido aprendidas as lições certas. Sentimos que Syndicate vai mais longe em algumas áreas e em certas mecânicas, ao mesmo tempo que deixa cair aspetos que Unity não conseguiu fazer brilhar (como a vertente cooperativa). Vamos cruzar os dedos para que isso seja o suficiente para um lançamento suave no final de outubro.
Para uma opinião mais geral acerca do que Assassin's Creed: Syndicate oferece, leiam as nossas primeiras impressões publicadas na altura do anúncio do jogo.