Mafia III

Nova produtora, nova cidade, novo protagonista, nova era e nova geração. Mafia vira-se numa direção completamente para o terceiro capítulo da saga, e para já, estamos impressionados.

Mafia III está a ser produzido pela produtora californiana Hangar 13, cuja matrix tem passado por criar jogos onde os jogadores podem criar as suas próprias experiências. Mafia III não será exceção. Aliás, a série sempre teve um nível de liberdade considerável, mas o próximo jogo promete levar esse conceito mais longe. Existe uma história para ser contada, mas é o jogador que decide como será contada.

Um jovem órfão está à procura de família, uma casa onde possa crescer e ser amado. Lincon nasceu em Nova Iorque e nunca conheceu os seus pais, tendo crescido num orfanato. Só depois de partir para a guerra encontrou algo que se parecesse a uma família. Mais tarde, quando regressa em 1968 para Nova Orleães, a sua família é massacrada pela máfia, que entretanto começou a ganhar o controlo da cidade. Este é o cenário de fundo do protagonista.

Também a cidade, uma das mais históricas e coloridas dos EUA, tem um passado curioso. É o local onde nasceu o jazz, mas também a cultura vudu. Um fervilhar de personalidades, história e eventos que se traduzem numa atmosfera fantástica para ver recriada num jogo.

Depois do que lhe aconteceu, Lincon pretende construir um novo império para dominar Nova Orleães, mas não será capaz de o fazer sozinho. Para sorte do protagonista, não faltam pessoas desgostosas com as atitudes dos mafiosos, o que lhe permite reunir três parceiros no crime. Primeiro temos Cassandra, uma jovem afro-americana com um enorme penteado. Depois temos Burke, um homem de meia-idade com uma barba típica da altura. E por temos Vito. Sim, o mesmo Vito Scaletta do Mafia anterior, que se mudou para Nova Orleães. A produtora não quis explicar como isto aconteceu, mas deixou algumas pistas em relação ao grupo.

Cada personagem tem um grupo de capacidades específicas, que podem ser vitais para Lincon. Depois de extrair a informação de um informante inimigo, enquanto conduzia de forma a quase lhe provocar um ataque cardíaco, Lincon acabou por atrair a polícia, iniciando-se uma perseguição. Felizmente, uma chamada para um associado permitiu livrar o interesse da polícia. Cada personagem tem características diferentes, mas a sua disponibilidade vai depender da relação que conseguem estabelecer com eles.

Durante a aventura terão de tomar várias decisões, que podem agradar ou desiludir os vossos companheiros. Ocasionalmente também serão chamados para ajudarem com algum favor, e se não responderem afirmativamente, podem receber resposta semelhante mais tarde. Ao progredirem no jogo vão conquistando pequenos pedaços da cidade, e dessa forma desbloqueado vários negócios (bares, discotecas...) que as outras personagens podem controlar. Eles vão tomar conta de toda a gestão, e o jogador irá receber as devidas recompensas, que variam dependendo de quem está a tomar conta de que ramo.

Durante a demonstração Lincon tentou conquistar um desses negócios, uma discoteca chamada The Cistern. Aqui foi presenteado com várias hipóteses de abordagem, algumas mais discretas, outras mais sangrentas. Como Nova Orleães é uma cidade muito próxima do mar, e com vários pântanos, a água será também uma opção para aceder a vários locais.

Considerando o tipo de objetivo proposto, pareceu-nos que toda a brutalidade imposta era desnecessária - nota para as explosões dos véiculos que estão fantásticas. Lincon também terá acesso a uma lâmina, que pode utilizar para cortar a garganta de inimigos distraídos, ou para esfaqueá-los violentamente. A caçadeira é outra arma capaz de grande violência, tudo capturado de forma brilhante pelos ângulos da câmara.

A brutalidade faz parte do ADN da série, e considerando o tema em questão, não podia ser de outra forma. Lincoln é uma personagem sem escrúpulos, que experienciou muita miséria durante o seu tempo como soldado. Isto também explica a sua capacidade com várias armas de fogo. É uma personagem que transmite grande confiança e frieza, que encaixa bem com o seu perfil.

É necessário elogiar a qualidade gráfica de Mafia III. Nova Orleães é particularmente bonita de noite, onde podem ver vários efeitos de luz e de sombra fantásticos. O nível de detalhe nos sinais e ao redor transmitem uma vida fantástica à cidade. Também apreciamos a forma como a produtora conseguiu captar o clima típico da região, bastante quente. Nova Orleães é também uma cidade cheia de vida, com muitas atividades e pessoas, mas nunca nos pareceu em excesso. E claro, depois há a banda sonora, que promete ser fantástica. Em termos de atmosfera, Mafia III pareceu-nos brilhante.

O detalhe dos veículos, específicos para aquele período, também nos impressionou. Contudo, como não foi possível experimentar a condução, não podemos comentar a física e a movimentação desta parte da jogabilidade. Podemos porém confirmar que as perseguições pareceram espetaculares, pelo menos vistas de fora. Por vezes pareceu-nos que estavam a utilizar demasiadas explosões e efeitos, mas desde que não exagerem, parece-nos que estão a seguir um excelente rumo visual.

Só vimos uma pequena amostra de um jogo, que promete ser muito maior quando for lançado algures em 2016. Fomos apresentados ao protagonista e ao seu passado, e em termos narrativos pareceu-nos interessante. Ainda é preciso perceber quais as motivações de todos os envolvidos nesta guerra por Nova Orleães, mas a de Lincon é bem clara. O seu comentário no trailer oficial que podem ver em baixo não deixa dúvidas: "Agora já sabem o que eu sou capaz de fazer pela minha família. E vocês, o que fariam pela vossa?"