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Homefront: The Revolution

Homefront: The Revolution

Viajámos até Inglaterra para experimentar o novo Homefront. Eis as nossas impressões...

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Se têm acompanhado a produção de Homefront: The Revolution, sabem como tem sido um processo complicado. O projeto arrancou na defunta THQ, mas a licença acabou comprada pela Crytek, que trabalhou em Homefront: The Revolution durante algum tempo. Quis no entanto o destino que a Crytek também fosse obrigada a fechar o estúdio que estava a trabalhar o jogo, acabando então por vender a licença para a Deep Silver, que formou um estúdio de 50 pessoas para avançar a produção.

Quanto ao Homefront original, apresentou algumas ideias interessantes e ambiciosas, mas o resultado final acabou por desiludir. Esta sequela separa-se por completo do antecessor, e oferece algo muito diferente em termos de estrutura e experiência. O design linear do anterior deu lugar a um mundo aberto e a um grande rosto de miséria e sobrevivência, num cenário em que os Estados Unidos da América foram invadidos e dominados pela Coreia do Norte.

Numa visita recente aos estúdios da Deep Silver Dambuster, tivemos a oportunidade de experimentar essa nova direção de Homefront. Esta demo, que também estará jogável na Gamescom, permitiu ter uma boa amostra da estrutura em mundo aberto e dos seus habitantes. O mapa estava obviamente limitado para este sessão, incluído dentro da área conhecida como Zona Vermelha. Aqui podem ser abatidos à distância, o que exige algum planeamento por parte do jogador se quiser navegar a área.

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Filadélfia é um local sombrio em Homefront: The Revolution. É escuro, denso e ameaçador, enriquecido pela tecnologia CryEngine. Antes de experimentarmos a demonstração, assistimos a uma apresentação onde a produtora nos explicou o impacto do motor gráfico na experiência, realçado a qualidade do ciclo noite/dia, as gotas de chuva individuais, e a formação dinâmica de poças no solo. É uma atmosfera poderosa, criada a partir de várias camadas de sombras e uma iluminação realista. Mesmo tratando-se de uma versão antecipada de desenvolvimento, Homefront apresenta uma qualidade visual de grande qualidade.

Nas mãos carregamos uma arma automática, enquanto tentamos identificar o ambiente à nossa volta. Facilmente percebemos que existem patrulhas inimigas por todo o lado. Tomámos a decisão insensata de chocar com uma mota contra um transporte inimigo, que nos despachou em meros segundos. A abordagem direta foi um fracasso total, pelo que é óbvio que é necessária uma atitude mais discreta na segunda tentativa. Quanto nos esgueiramos para um apartamento, eliminando dois guardas por perto, sentimos-nos mais confiante. Uma sensação que não durou muito tempo.

"Como acontece com outros jogos em mundo aberto, o jogador tem sempre escolhas disponíveis em Homefront. Se estiverem em apuros, podem sempre fugir, por exemplo," explicou-nos Hasit Zala, responsável pelos estúdios de Dambuster. Quanto ao seu conselho, decidimos começar a segui-lo, sobretudo depois de perdermos repetidamente. Por esta amostra (e sem passarmos por um maior período de habituação), Homefront: The Revolution mostra que será um jogo desafiante. Não é de todo surpreendente, considerando a ascenção de desafios mais complicados que Dark Souls começou, para combater a anterior tendência para tornar os jogos cada vez mais fáceis e automáticos. Voltando a Homefront, a ideia passa precisamente por tentar passar uma sensação de fragilidade e insegurança ao jogador. A personagem morre em poucos disparos e não é poderosa, o que significa que terão de procurar melhores armas, proteções, e aproveitar a verticalidade dos prédios para criar emboscadas.

Em resumo, como acontece em tantas situações em que uma minoria está sob o domínio de um poder fortemente armado, terão de empregar táticas de guerrilha. Parte desse processo passa por modificar as armas que recolhemos, num sistema semelhante ao das armas de Crysis. "Qualquer guerreiro de uma guerrilha que se preze faz por improvisar com as armas que tem a seu dispor, e foi isso que tentámos recriar no jogo. Existem várias armas básicas, que se podem especializar em vários tipos dependendo das modificações," referiu Zala. Enquanto nos diziam isso, demonstraram-no através de uma metralhadora que foi ajustada para disparar explosivos, tornando-se numa arma capaz de destruir veículos com relativa facilidade. Ao explorarmos este sistema, descobrimos que é realmente eficaz, permitindo-nos lidar com veículos e drones com maior facilidade.

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Também explorámos algumas opções com a caçadeira, que permitiram colocar os inimigos a arder e a gritar. Existem vários tipos de melhoramentos no jogo, que podem encontrar na forma de documentos espalhados por Filadélfia. Existe uma óbvia semelhança com Far Cry, na forma como as armas se comportam, mas também na estrutura do mundo aberto. Podem tremar torres de rádio para descobrirem localizações nas proximidades e derrubar mini-bases inimigas. A capacidade de seguir uma atitude furtiva é outro elemento que relembra o jogo da Ubisoft.

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A Deep Silver Dambuster deixou bem claro que é muito importante para o jogador "escolher as suas batalhas com cautela", porque existe sempre superioridade numérica e bélica do inimigo. O jogo também vai incluir vários tipos de veículos, mas só tivemos a oportunidade de experimentar a moto - que será o mais utilizado durante a campanha. Honestamente, não ficámos impressionados com a condução. Parece-nos uma parte do jogo claramente atrás do resto, que ainda precisa de muito trabalho por parte da produtora. De qualquer forma, é uma versão inacabada, e este (e outros) tipo de falhas são comuns nesta altura.

Homefront: The Revolution pretende fazer esquecer a desilusão que foi o antecessor, e por isso mesmo segue uma direção muito diferente. Como Fasahat Salim nos disse, não existe qualquer ligação em termos de estrutura ou jogabilidade, com a exceção da perspetiva na primeira pessoa. O conceito da Coreia do Norte invadir os EUA é basicamente o mesmo, mas tudo o resto é muito diferente.

Não tivemos a oportunidade de experimentar o modo cooperativo de Homefront: The Revolution, que será tratado como uma parte separada da experiência. Estamos curiosos para ver o que a Dambuster tem planeado para esse modo, mas é a campanha que mais desperta o nosso interesse. Homefront: The Revolution consegue transmitir uma grande sensação de vulnerabilidade, e com alguns afinamentos, pode ser um caso sério em 2016.

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