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Ultratron

Ultratron

A humanidade foi exterminada, e cabe ao jogador vingar-se das máquinas responsáveis (onde é que já vimos isto?).

Bem vindos ao futuro. Um futuro desolador onde a humanidade já não existe e tudo o que resta é uma escuridão profunda, que contrasta com fortes luzes fluorescentes e bestas de metal. Este é o contexto de Ultratron, mas na realidade trata-se de um shooter clássico, que foi lançado originalmente para o PC e que chegou recentemente às consolas.

A humanidade foi eliminada por uma raça de robôs maléficos, e agora cabe ao jogador vingar a raça humana (onde está Sarah Connor quando é preciso?). Não é uma história muito complexa, mas é motivação suficiente para entrarmos nestas arenas quadradas e começarmos a distribuir o doce sabor da justiça metálica. A grande novidade da versão de consolas, em comparação com o PC, é a introdução de um modo cooperativo local para dois jogadores.

Se cresceram a jogar durante a década de 80 e 90, é possível que encontrem algumas semelhanças entre Ultratron com alguns títulos clássicos da altura, como Robotron e Smash TV, onde os jogadores tinham de destruir os inimigos no ecrã enquanto tentavam evitar ondas de projéteis inimigos. Quanto ao grafismo, está mais próximo dos jogos Arcade da década de 1980, bem como a banda sonora, embora mais afinados e modernizados.

Ultratron

A cada dez níveis terão de combater com um dos quatros líderes responsáveis pelo "robo-calipse", e se isso significa que o jogo só tem 40 níveis, podem continuar a jogar até morrerem. A nossa melhor tentativa ficou-se pelo nível 79, mas depois de perderem, terão de recomeçar a aventura. Em teoria o jogo continua eternamente, mas é possível que chegue a um estado em que os inimigos se movem tão rápido e disparam com tanta frequência, que será praticamente impossível continuar. É uma mecânica viciante, que nos leva a repetir para tentarmos bater o recorde anterior de níveis, até porque vão contar com algumas ajudas. Ao derrotarem inimigos, podem recolher pontos que podem ser utilizados para melhorar as vossas habilidades ou armas.

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Se à primeira morrerem ao nível 20, por exemplo, é possível que tenham recolhido pontos suficientes para chegar mais longe nas próximas tentativas; o facto de reterem os melhoramentos nas sessões seguintes é um incentivo fantástico para continuar a jogar. A vossa maior preocupação, entre níveis, deve passar pela reparação dos escudos, o que também exige pontos. Ou seja, quanto menos dano sofrerem, menos dinheiro vão gastar nos escudos, e mais poderão gastar na evolução direta. É uma proposta muito equilibrada, que recompensa o risco, mas também a cautela. Tudo isto embrulhado numa jogabilidade frenética e viciante. Infelizmente, Ultratron também tem defeitos.

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Ultraton sofre um problemas de excessos. Excesso de inimigos no ecrã, excesso de balas a voar, e excesso de luzes intensas a piscar. Isso pode provocar alguma confusão, o que pode facilmente resultar na morte do artista e o reinício da aventura. Existe um elemento visual em particular que aflige o design do jogo, e que está relacionado com as camadas de cores utilizadas. Se um nível for roxo, por exemplo, muitos inimigos também vão ter um padrão de cores roxo. No calor das batalhas mais intensas, com tantas luxes e vibrações no ecrã, é um elemento que prejudica desnecessariamente a identificação visual do jogador. Para piorar a situação, existem alguns inimigos que começam a disparar ainda antes de aparecerem totalmente no ecrã. São elementos que acabam por elevar, de forma injusta, a dificuldade do jogo.

Estes problemas são ainda mais incomodativos durante uma sessão de jogo com dois jogadores, e existem momentos em que se torna quase impossível a devida leitura do que está a acontecer. É uma falha que deve ser considerada num jogo deste género, mas é inegável que Ultratron é, apesar de tudo, um shooter divertido. O preço também parece-nos adequado, considerando o número de horas de diversão que proporciona, e o facto de ser Cross-Buy nas plataformas PlayStation é a cereja no topo do bolo. Quem diria que o fim da humanidade poderia ser tão divertido?

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HQ
07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Combate viciante e satisfatório. Tem um estilo com charme. É um jogo desafiante. Modo cooperativo divertido.
-
Ecrã pode ficar excessivamente lotado. Picos irregulares de dificuldade.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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