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Assassin's Creed Chronicles: China

Assassin's Creed Chronicles: China

Novo género, novo assassino e novo ambiente. Uma abordagem fresca da Ubisoft a Assassin's Creed.

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A narrativa que tem ligado toda a série Assassin's Creed, há muito que fugiu do controlo dos argumentistas da Ubisoft, e hoje em dia começa a ser bastante difícil acompanhar o arco narrativa de toda a saga. É por isso natural que a história de Assassin's Creed Chronicles: China seja um pouco mais elaborada do que outras narrativas que podem encontrar no género 2.5D, mas comparando com os outros jogos da saga, a história de China acaba por ser mais linear e focada.

A ação passa-se no século XVI e segue uma assassina chamada Shao Jun, que embora se estreie como protagonista, já tinha sido referenciada noutros jogos e meios (até foi treinada por Ezio Auditore que serve como mentor nos tutoriais). Depois dos eventos iniciais, Shao parte à procura de uma caixa que pertenceu aos Percursores, tentado em simultâneo assassinar os templários que quase eliminaram toda a irmandade de assassinos na Ásia. Estes eventos são relatados através de sequências entre-níveis, com um trabalho de arte notável. Existe uma utilização carregada de efeitos de pincel, que nos fez lembrar a espaços o Prince of Persia de 2008. É um estilo artístico que encaixa bem no género e na temática asiática, mas que infelizmente não é acompanhado pelo lado técnico. Embora não seja um jogo feio, de todo, esperávamos mais graficamente de AC Chronicles: China.

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Assassin's Creed Chronicles: China é um jogo de ação furtiva e plataformas 2.5D, ou seja, embora utiliza grafismo 3D, decorre normalmente com uma perspetiva lateral, como os jogos de plataformas clássicos. Apesar dessa perspetiva, o jogo utiliza bem a profundidade que o 3D lhe permite, oferecendo várias camadas de plataformas que podem explorar, abrindo imenso o mapa de cada nível.

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Embora inclua um sistema de combate competente, e utilize bastantes plataformas, China é sobretudo um jogo de ação furtiva e Jun está equipada com um portfólio de movimentos e acessórios digno de qualquer assassino da série principal. Jun é bastante ágil e consegue executar a maiorias das ações clássicas da série, como trepar paredes, esconder-se em carros de feno, usar a visão especial e executar saltos de fé. Aqui também podem sincronizar o mapa, que no contexto de China, oferece a localização de objetos escondidos. A assassina também consegue esconder-se em portas, multidões e vegetação, por exemplo, mas existem algumas mecânicas novas.

Além de vários acessórios mais tradicionais, a partir de certo ponto Jun consegue aceder a orbes especiais, que lhe garantem uma habilidade especial, permitindo mover-se de cobertura em cobertura sem ser vista. Esta ação tem no entanto um limite, e só deve ser usada em situações de maior dificuldade.

O seu leque de movimentos permite-lhe rastejar, deslizar, saltar e assassinar com grande facilidade. É um sistema muito bem construído, acompanhado por uma jogabilidade que oferece uma boa gama de opções ao jogador na hora de lidar com um problema. São no entanto movimentos ligados a um estilo muito furtivo, ou seja, esperem uma experiência de jogo que requer paciência e estratégia, ao contrário de outros títulos do género.

Terão ainda acesso a dardos, facas de arremesso e bombinhas que distraem os guardas à distância (e também podem assobiar). Em cada nível existem vários coleccionáveis para encontrarem e objetivos secundários que podem cumprir. Salvo algumas exceções, que incentivam a avançar com rapidez, a maioria dos níveis propõe uma abordagem meticulosa por parte do jogador, com um ritmo de jogo lento.

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Com um foco tão grande na ação furtiva, era importante perceber como se portam os guardas, compreendendo claro que eles funcionam meramente num plano 2D, inclusive a sua visão. De forma geral, os guardas são competentes, mas existe um pormenor forçado, que decorre durante os diálogos entre dois guardas. Quanto estão a conversar, os guardas não conseguem ver nada à volta, e podem estar atrás de um dos guardas que mesmo assim não serão detetados.

Assassin's Creed Chronicles: China

Cada nível divide-se em várias secções, e no fim de cada uma serão classificados conforme a vossa prestação e estilo de jogo. Se optarem por combater os guardas, serão classificados como Brawler, mas se preferirem uma abordagem furtiva - eliminado vários inimigos pelo caminho de forma silenciosa -, vão encaixar na categoria Assassin. Os mais puristas do género furtivo devem no entanto almejar aos resultados Shadow, apenas alcançados quando completam as secções sem serem vistos e sem matar (com exceção de alvos específicos para as missões).

Tudo isto acrescenta grande valor de repetição a Assassin's Creed Chronicles: China, enquanto tentam recolher todos os desbloqueáveis, cumprir os objetivos secundários e melhorar as classificações. E depois de completarem a aventura, ainda podem tentar duas categorias diferentes de dificuldade extra e New Game Plus.

Falta algum entusiasmo à história e aos níveis, e por isso nunca sentimos grande vontade de passar muito tempo a jogar, mas a € 9.99 e por tudo o que referimos em cima, Assassin's Creed Chronicles: China oferece o suficiente para merecer a atenção de fãs da série e de jogos de ação furtiva. Vale ainda a pena recordar que todos os jogadores que compraram o Season Pass de Assassin's Creed: Unity, antes de ser descontinuado pela Ubisoft, poderão descarregar ACC: China gratuitamente.

Assassin's Creed Chronicles: ChinaAssassin's Creed Chronicles: China
Assassin's Creed Chronicles: China
07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Design competente e boa adaptação da série ao género. Excelente reportório de movimentos e habilidade. Incentivos para repetir os níveis.
-
Graficamente é desapontante. Falta-lhe algum entusiasmo. Secções de plataformas básicas. Narrativa linear.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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