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Blackguards 2

Blackguards 2

Vingança é um prato que se serve frio.

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Blackguards foi o maior projeto da produtora alemã Daedalic e também o mais arriscado, sobretudo porque era um género muito diferente dos outros jogos da produtora. Felizmente, para a Daedalic, e apesar de existirem muitas arestas por limar, Blackguards assumiu-se como um bom jogo no género de RPG e estratégia. Nem todas as análises foram positivas, mas quase todos concordaram que a série podia melhorar muito no futuro. Além disso, Blackguards foi um sucesso financeiro para a Daedalic. A produtora alemã é conhecida por se manter próxima da comunidade, como acontece com outros estúdios destas dimensões, normalmente abertos a sugestões. Muitas dessas ideias acabaram por ser implementadas nesta sequela.

O tempo que existe entre o original e esta sequela é mais curto que o normal, sobretudo tratando-se de um RPG, mas existem dois motivos para isso: o motor gráfico é o mesmo e está praticamente inalterado; a sequela estava pensada desde início. Apesar do espaço curto e do motor gráfico idêntico, Blackguards 2 apresenta várias mudanças importantes noutros elementos. A maioria dos problemas apontados ao anterior foram resolvidas, e embora Blackguards 2 não siga a regras de The Dark Eye de forma tão religiosa com o original, a personalidade desse jogo de Roleplay mantém-se. Bem como a dificuldade desafiante.

Os atributos base foram fundidos, de forma a que o processo de adaptação seja mais fácil para novos jogadores. Agora existem oito atributos, como dano e iniciativa, mas também existem mais dois como regeneração de energia astral e o novo atributo de energia, bem com vários valores de resistência. Desta forma é mais fácil perceber as forças, as fraquezas e o estilo de cada personagem. Nada foi removido desde o jogo original, o que mudou foi a sua disposição para o jogador.

Não devem interpretar mal estas mudanças. Blackguards 2 não é uma experiência menos profunda que o antecessor, longe disso. As mudanças conseguem apenas facilitar a entrada de novos jogadores, mas sem perder nenhuma da profundidade. Existe um prelúdio bastante eficaz que oferece tempo para o jogador se ambientar às bases da jogabilidade. Mesmo com todos os melhoramentos nesta área, Blackguards 2 pode ser um jogo algo esmagador ao início, mas é pelo menos um processo bem mais suave que no passado.

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Blackguards 2
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Uma das maiores novidades é a introdução da conquista do Império Mengbilla. Através de um mapa terão de decidir que pontos querem tentar conquistar, mas os Marwan vão tentar re-conquistar essas áreas. Por cada ponto do mapa que controlarem, vão receber melhoramentos para os mercenários. Antes de cada batalha pelo controlo de uma área serão informados da dificuldade desse encontro.

Os combates nesta sequela parecem menos aleatórios, com um maior sentido estratégico. Também existe um novo sistema de cobertura, que permite evitar ataques inimigos. Isto foi uma boa forma de oferecer maior dinamismo aos mapas das batalhas, que além de coberturas, também incluem armadilhas e objetos interativos.

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A jogabilidade melhorou desde o original, mas o que mais nos cativou foi o argumento. Blackguards 2 decorre cerca de três depois dos eventos do primeiro jogo e conta a história de Cassia de Tenos, mulher de Marwan al-Ahmad. Ele tomou conta do poder em Mengbilla e atirou a sua esposa para um labirinto debaixo da arena. Perdida, isolada e cercada de aranhas, eventualmente iria morrer ou enlouquecer - mas a história não acaba aqui.

Cassia consegue eventualmente escapar da prisão e não num estado perfeito de saúde. As mordidas das aranhas deixaram-na desfigurada e fala frequentemente sozinha. Antes de fugir, Cassia encontrou um livro, que a incentivou a tomar o império de assalto. O objetivo está bem definido logo de início - destronar Marwan, exercer vingaça, e ocupar o poder - mas para o conseguir, vai precisar de um pequeno exército. Felizmente para Cassia, ela não é a única que se sente prejudicada ou injustiçada por Marwan.

Blackguards 2Blackguards 2

A aventura acaba por ter um tom pesado e inclui algumas decisões morais complicadas, além de tocar em algumas questões filosóficas interessantes. Também é curioso assistir à evolução de Cassia ao longo do jogo, enquanto afirma que a sua cruzada é se deve a um desejo de reinar, mas não de vingança. No entanto, não sabe explicar porque deseja reinar.

Entre as personagens que vão acompanhar Cassia estão algumas caras conhecidas do Blackguards original, como o guerreiro Takate ou o mago Zurbaran. Outro parceiro importante é Faramud, líder do grupo de mercenários Silent Legion. Nos campos que visitam entre batalhas podem equipar e melhorar os heróis. Também podem conversar com várias personagens e interrogar prisioneiros.

Existem muitas mudanças em Blackguards 2, mas é justificado que alguns jogadores se queixem de não serem suficientes. Onde isso é mais evidente é no grafismo e nas mecânicas base de jogo, embora a experiência tenha sido bastante refinada em comparação ao original. Pode afirmar-se que este é o jogo que Blackguards devia ter sido de início, mas por outro lado, sem esse lançamento provavelmente não teríamos tido este excelente RPG de estratégia. Uma boa surpresa para começar o ano.

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09 Gamereactor Portugal
9 / 10
+
História interessante. Bom desafio, Atmosfera fantástica. Inovações inteligentes. Experiência mais sólida.
-
Visualmente mudou pouco do original.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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