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The Crew

The Crew

Da Ubisoft chega um jogo de condução que promete funcionar como um MMO. Será que resulta?

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A análise que vão ler em baixo pode dar um pouco a sensação que não gostamos de The Crew, por isso é importante deixar desde já algo muito claro: The Crew é um jogo de condução bastante razoável, e divertimo-nos imenso durante as horas que passámos a conduzir pela sua versão dos EUA. O problema é que está muito longe de atingir o seu potencial e a experiência não está de todo próxima do que a Ubisoft tem prometido durante os últimos anos.

Isso é verdade para praticamente todos os elementos do jogo. Nada funciona realmente mal, mas raramente chegam aos patamares que se exigiam. Comecemos pelo que é mais importante - a condução. Se The Crew não fosse um jogo divertido de se conduzir, tudo o resto seria irrelevante.

A condução em The Crew é competente, mas não é extraordinária. O seu estilo encaixa-se naturalmente no género Arcade, embora possam modificar algumas definições para ajustar a condução. Isto é realmente importante e estas opções vão modificar bastante a sensação e até o comportamento dos carros, por isso sugerimos que percam algum tempo a testar as definições até encontrarem o que melhor se enquadra no vosso estilo.

The Crew
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À condução de The Crew falta-lhe a nuance de jogos mais focados do género como Forza Horizon 2. Os grandes jogos deste género distinguem-se nos pormenores, na forma como se sente realmente o impacto das superfícies nas rodas - algo que não acontece em The Crew. Também nos parece que as traseiras dos carros tendem a desviar-se excessivamente, mesmo que os toques no analógico sejam suaves. O sistema de física que governa a condução de The Crew não é um desastre e a jogabilidade é divertida, mas não chega a ser especial.

É uma pena que a condução não seja melhor, porque o mundo criado pela Ubisoft é fantástico. Em The Crew vão conduzir através de uma versão miniatura do Estados Unidos da América. Não sabemos as medidas exatas, mas este é de certeza o maior mundo criado para um jogo de condução. Possivelmente um dos maiores de qualquer jogo. A forma como o mapa foi construído garante dimensões suficientes para oferecer uma tremenda sensação de liberdade, mas não se perde em pedaços intermináveis de estrada. O jogo também inclui representações muito apreciáveis das cidades mais importantes dos EUA, como Miami, Nova Iorque e Los Angeles, embora com uma escala muito reduzida.

Em termos visuais The Crew não nos encheu totalmente as medidas, mas se considerarmos o tamanho do mundo de jogo e a ausência de ecrãs de carregamento, é fácil considerá-lo como um feito impressionante. Não é, obviamente, algo na linha de Los Santos em Grand Theft Auto V, mas considerando que é um jogo de condução online, The Crew tem um nível de detalhe bastante razoável.

The CrewThe Crew
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Este mundo de jogo massivo é o melhor elemento de The Crew, mas não é o mais importante. Se a condução estivesse um pouco mais afinada e se a jogabilidade correspondesse melhor aos vários tipos de terreno, The Crew teria sido um sonho para qualquer fã de condução. Ainda assim, o mapa de The Crew é possivelmente o elemento do jogo em que a Ubisoft chegou mais próximo de cumprir as suas promessas quando esteve a promover o jogo.

The Crew tem sido apelidado de MMO de condução, mas depois de passarmos mais de uma semana com o jogo, custa-nos descrever The Crew dessa forma. MMO significa Massively Multiplayer Online (Multijogador Massivo Online), e embora em The Crew entrem realmente em contacto com outros jogadores online, não há aqui nada "massivo". Na melhor das hipóteses contámos 8 ou 9 jogadores nas mesmas redondezas que nós, um número semelhante ao que encontram nas corridas de outros jogos online. Nos trailers e nas apresentações a Ubisoft sempre mostrou grupos de condutores (as "Crews") a agirem em conjunto, mas a realidade é muito diferente. A não ser que tenham um bom grupo de amigos na PSN ou no Xbox Live, terão dificuldades para encontrar alguém com quem jogar. Podem tentar o sistema de emparelhamento, mas costuma demorar bastante. Este é um dos elementos que mais pode variar com o tempo, dependendo da forma como a Ubisoft vai reforçar o jogo e como os jogadores reagem. Neste momento, contudo, The Crew não faz justiça ao acrónimo MMO.

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Isto é naturalmente desapontante, já que a componente social era um dos elementos mais diferenciadores de The Crew. A história não é particularmente inovadora e será tremendamente familiar para fãs do género. Vão trabalhar como um agente à paisana do FBI que pretende ganhar nome e importância entre um grupo de crime organizado e corridas ilegais. Também há uma abordagem mais pessoal, já que o líder desta organização é responsável pela morte do irmão do jogador. Ou seja, como quase tudo o resto no jogo, a história não é horrível, mas também não é particularmente memorável.

Gostamos no entanto da forma como os carros funcionam em The Crew. Existem várias categorias de veículos, algumas mais versáteis, outras mais especializadas - para correrem em pista ou terrenos complicados, por exemplo. Qualquer uma destas categorias pode ser melhorada e reforçada conforme avançam no jogo, num sistema que funciona bastante bem e que motiva o jogador a continuar.

Sempre que terminam uma corrida vão ganhar uma parte que pode melhorar o vosso carro. A sua qualidade depende da vossa prestação na missão que acabaram de cumprir. O mesmo se aplica aos muitos desafios que preenchem o mapa - desde atravessar portões a grande velocidade, a percorrer percursos sem nunca travar. A regra geral nos jogos de corrida é que o primeiro veículo tende a ser descartado assim que possível, mas em The Crew existe uma ligação mais forte ao carro. Pelo menos na nossa opinião. De qualquer forma podem obter muitos outros.

The Crew

Nesta área a influência MMO torna-se novamente evidente e é um dos poucos elementos em que The Crew consegue realmente distinguir-se de outros jogos de condução. Esse sentimento, contudo, dissipa-se assim que somos perseguidos pela polícia.

As perseguições policiais de The Crew são as mais aborrecidas e desinspiradas que já experimentámos num jogo do género. Em certos momentos a polícia parece colada ao jogador independentemente do carro que têm ou do percurso que tomam. Noutros momentos, específicos, parecem chocar com outros veículos ou simplesmente desistem. Não tem nada de orgânico ou dinâmico e é uma experiência bem mais frustrante que entusiasmante.

Recapitulando, The Crew pode oferecer muitas horas de diversão a fãs de condução, mas não podem esperar o MMO de condução revolucionário que a Ubisoft prometeu. É uma boa tentativa de expandir o universo dos jogos de corridas, mas em elementos chave como a própria condução, ainda está muito abaixo de outros títulos do género.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Conduzir através dos EUA é uma experiência fantástica. Sistema de progressão cativante. Desafios divertidos.
-
Não funciona realmente como um MMO. Missões e história sem interesse. Perseguições policiais frustrantes.
overall score
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