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Far Cry 4

Far Cry 4

Diz que Kyrat é linda nesta altura do ano...

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... mas também é possivelmente o local mais perigoso do mundo. Este país fictício criado pela Ubisoft está recheado de potenciais perigos para o jogador, desde animais escondidos na relva, a águias que descem dos céus para atacar o protagonista. O próprio cenário é um perigo, com muitas possibilidades de quedas, e depois ainda existe o exército de Pagan Min. Se respira e vive em Kyrat, é uma potencial ameaça para o jogador, com excepção de algumas personagens amigáveis que vão encontrar pelo caminho.

Andar pela nação de Kyrat obriga a atenção permanente. Têm de estar atentos às redondezas e a um mundo dinâmico que se desenvolve de forma independente do jogador e que por isso, é imprevisível. Querem um exemplo simples de como é a vida em Kyrat? Aqui vai: enquanto tentávamos encontrar um tesouro assinalado no mini-mapa, deparámo-nos com um grupo de inimigos. Pouco preparados para o confronto, decidimos fugir pelo mato, quando começámos a ser perseguidos por um enorme urso. Por sorte, à nossa frente estava um planador, que nos permitiu fugir e deixar urso e soldados entregues às respetivas sortes (o urso provavelmente ganhou). Lá em baixo, quando aterrámos num lago, esperava-nos nova aventura.

Ao estilo do que têm sido os jogos em mundo aberto da Ubisoft, Far Cry 4 está carregado de atividades, se calhar, em exagero. Como acontece em Assassin's Creed, o mapa está tão carregado de atividades e colecionáveis, que chega a ser esmagador e retira algum foco à experiência. Gostamos de ter atividades extra neste tipo de jogos, mas preferimos qualidade a quantidade. Pelo menos Far Cry 4 tem ambos em abundância.

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A história segue basicamente o estilo imposto por Far Cry 3, combinando elementos de vingança, ditadores, resistência e secções psicadélicas que intervalam momentos de grande violência. O objetivo é de imediato evidente - destronar o ditador Pagan Min, mas é a viagem até lá que conta. O antagonista, desde o seu penteado excêntrico, às roupas cor-de-rosa, passando pelo sotaque britânico, parece-nos um pouco forçado. Enquanto Vaas foi desaproveitado em Far Cry 3, a Ubisoft parece ter tido a atitude oposta com Pagan Min, e excedeu-se um pouco. Compreendemos os clichés, são o que fazem a personagem, mas eventualmente começa a cansar.

Para derrubarem Pagan Min terão de unir forças com a resistência local, os Golden Path. O grupo tem dois líderes diferentes, e eventualmente terão de escolher lados conforme a história se desenvolve. Isto modifica algumas missões e todas as decisões têm consequências, de uma forma ou de outra. Independentemente das escolhas, muitos dos objetivos extra de Far Cry 4 encaixam melhor com o cenário e com a história do que em Far Cry 3. Existe maior contexto e isso ajuda à imersão do jogador.
 
A variedade de missões da campanha é impressionante, alternando entre incursões furtivas a bases inimigas, a sequências delirantes (drogas) perfeitamente surreais. A maior parte das missões são interessantes e apresentam boa qualidade, e o mesmo aplica-se aos objetivos secundários. Kyrat está recheado de conteúdo para ver e fazer. Além das missões, primárias e secundárias, vão encontrar muitos eventos durante o caminho, como bases para derrubar, colecionáveis para apanhar e animais para caçar.

Uma das grandes diferenças para Far Cry 3 é o cenário. Kyrat é uma nação montanhosa, e isso torna a navegação pelo mundo de jogo mais complicada. A condução continua boa (embora prefiramos os controlos de FC3, que podem mudar), mas vão passar menos horas ao volante. Terão antes de lidar com a grande verticalidade do mapa, escalando ou aproveitando novos brinquedos, como o Wingsuit e os helicópteros. Algo que também tem de ser dito acerca de Kyrat, é que é um local lindíssimo. O mundo de jogo está altamente detalhado e tem um aspeto fenomenal, em todas as plataformas, até na antiga geração. Contudo, é na nova geração e no PC que Far Cry 4 realmente brilha.

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Convém no entanto não menosprezar a vida selvagem que vão encontrar em Kyrat. Se por vezes serão a presa, eventualmente também serão caçadores. Existem dezenas de espécies diferentes para encontrarem e todas contribuem de alguma forma para o sistema de criação de objetos, que vão melhorar as vossas hipóteses de sobreviverem a Kyrat. Também existem veículos específicos para algumas zonas, além dos habituais carros, camiões e moto-quatro. Os nossos favoritos foram definitivamente o Gyrocopter e o Tuk-Tuk.

Como acontecia no anterior, existe um tremendo arsenal à disposição do jogador, que também podem personalizar. Podem realmente definir um estilo de jogo com as armas que escolhem e todas funcionam bem. A inteligência artificial raramente comete erros absurdos, as mecânicas de jogo são fantásticas e o resultado é impressionante. Sejam fãs de ação furtiva, ou adeptos de grandes explosões e caos, vão encontrar de tudo um pouco em Far Cry 4. E claro, o arco de Far Cry 3 está de volta e funciona na perfeição. Outro elemento que contribui para a personalização do tipo de jogo é o sistema de progresso da personagem, agora dividido em duas categorias - Tigre e Elefante. A evolução do protagonista é evidente durante o jogo e acompanha bem o progresso da própria história.

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Além das muitas horas de jogo disponíveis no modo a solo, existem duas vertentes multijogador - uma competitiva, outra cooperativa. Não jogámos muito do modo competitivo, mas pareceu interessante. As mecânicas funcionam tão bem como no modo a solo e os mapas pareceram divertidos que baste. Quando ao co-op, permite que uma segunda personagem - Hurk - se junte ao protagonista, Ajay. Num mundo com tantas variantes como Far Cry 4, imaginem como será a introdução de mais um jogador. Sim, é o caos completo e é muito divertido, embora só algumas missões e objetivos estejam disponíveis para dois jogadores. Para terminar o pacote, existe um editor e criador de mapas bastante razoável, embora incompreensivelmente não permita criar mapas para o multijogador.

Em resumo, Far Cry 4 é a confirmação de que a série está numa forma estupenda. Existem muitas semelhanças com o antecessor, embora não tenhamos ainda a certeza se preferimos Kyrat ou a ilha paradisíaca de Far Cry 3. O mundo de jogo parece um pouco menos misterioso e falta-lhe um pouco do impacto que encontrámos há dois anos. Também é necessário referir um outro 'bug' ocasional (mais no modo cooperativo) e algum picos de dificuldade nas missões, mas são tudo queixas menores.

Far Cry 4, como o antecessor, é um vasto e maravilhoso mundo aberto, com algumas das melhores mecânicas de ação na primeira pessoa e uma narrativa cativante. Sem dúvida, um dos grandes jogos de 2014.

Trailer de história:

HQ
09 Gamereactor Portugal
9 / 10
+
Mundo enorme como muito para fazer. História interessante com decisões dos jogadores. Boas mecânicas de jogabilidade. Localização para português (Brasil).
-
Pagan Min torna-se algo cansativo. Um ou outro problema técnico. Picos de dificuldade.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

Análises de leitores

  • Hawker-Dark009
    O que dizer de Far Cry 4? bem, o jogo é um ótimo FPS com uma gráfico fantástico e personagens interessante, a história em sí é bem mais fraca... 8/10

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