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Bayonetta 2

Bayonetta 2

Uma viagem alucinante, de princípio ao fim.

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O Bayonetta original é um dos jogos mais loucos de sempre, mas precisámos apenas de 30 segundos para perceber que a Platinum Games não travou a insanidade para esta sequela, pelo contrário. Na sequência inicial, durante uma sessão de compras de Natal em Nova Iorque, Bayonetta vai lutar contra anjos em cima de um jato, antes de enfrentar monstros gigantes junto a um arranha-céus. Isto são os primeiros 10 minutos de jogo.

Bayonetta é uma bruxa Umbra, que pertenceu a um clã com mais de 500 anos e que foi banido do Paradiso pelos anjos. Em simultâneo, o clã rival Lumen também foi banido do inferno. No original tudo isto culminou num confronto com o deus Jubileus, numa batalha que esteve próxima de explodir com a consola. Depois disso, contudo, Bayonetta teve uma vida relativamente normal (dentro dos seus padrões, claro), até ao início desta sequela. Algo voltou a desequilibrar o equilíbrio entre anjos e demónios, e ameaça engolir o mundo no caos. Além disso, a melhor amigo de Bayonetta foi raptada, por uma entidade desconhecida.

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A aventura cedo vos levará para a montanha de Fimbulvinter, e a estranha aldeia em volta. Esta montanha serve como uma ponte entre o céu e o inferno, mas foi alvo de um misterioso ataque. O antecessor, no meio de toda a sua insanidade, era um jogo com muito a acontecer e podia ser confuso por isso. Bayonetta 2 é um pouco mais moderado nesse sentido, e embora existam ainda várias sequências de vídeo para contar a história, e muitas afirmações disparatadas, há mais espaço para o que realmente importa - o combate.

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As batalhas em Bayonetta 2 são um autêntico delírio. A ação e tão intensa, tão espetacular e tão exagerada, que mal terão tempo pra respirar. Terão de estar sempre em movimento, serpenteado entre inimigos, enquanto atiram anjos pelo ar e disparam nas suas faces. Bayonetta tem acesso a uma função que lhe permite evitar o ataque inimigo, e se for executado no momento certo, irá abrandar drasticamente os seus oponentes, mantendo a velocidade normal para Bayonetta. É este equilíbrio perfeito de ritmo, de ação frenética intercalada com momentos de pausa, que torna o combate tão emocionante.

Mas não é fácil, e não é o tipo de jogo onde podem martelar ataques. Se forem descuidados, serão castigados, mas por isso mesmo é também um jogo que se torna melhor quanto mais jogam. Quando eventualmente começarem a dominar os timings, as combos e o ritmo de combate, vão parecer imparáveis.

Entre os inimigos "normais" vão também encontrar vários bosses (embora muitos destes oponentes regulares pudessem fazer o papel de bosses noutros jogos). Em Bayonetta 2 existe sempre um inimigo maior e mais forte, desenhado com um nível de exagerado que parece inacreditável. Muitos serão abatidos através dos ataques Climax, sequências em que Bayonetta utiliza o seu cabelo para castigar os seus oponentes. Autênticos espetáculos visuais que farão as delícias de qualquer fã deste género "over the top".

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Depois de cada batalha serão classificados com uma nota, determinada pelas combinações de golpes executadas, o tempo demorado e o dano recebido. Enquanto ao início estarão provavelmente a tentar sobreviver, eventualmente serão bons o suficiente para almejarem às melhores notas. No fim de cada capítulo são classificados de acordo com o que foram fazendo ao longo desse episódio, e serão recompensados em conformidade. Quanto melhor a nota, melhor a recompensa, e maiores as possibilidades de conseguirem desbloquear fatos, itens e armas. Podem ainda repetir cada capítulo individualmente, para melhorarem as notas ou procurarem algo que tenham deixado para trás.

Bayonetta 2 é um jogo com grande impacto visual. Desde as localizações lindas, aos bosses que ocupam o ecrã inteiro, existe muito para apreciar, numa perspetiva técnica e artística. Este é, na nossa opinião, o jogo com melhor grafismo da Wii U, o que é ainda mais impressionante considerando os 60 frames por segundo que consegue suportar durante a ação. Já agora, o jogo é fantástico, seja no grande ecrã ou no GamePad, já que suporta off-tv.

Durante a aventura vão ainda recolher Verse Cards, que podem utilizar num modo multijogador chamado Tag Climax, que pode ser jogado online. Os Verse Cards escolhidos pelos dois jogadores vão determinar os inimigos que ambos vão enfrentar, e devem fazer apostas sobre a vossa prestação. Quanto maior for a aposta, maior será a recompensa, mas isso também aumenta a dificuldade do desafio. Felizmente, as duas bruxas podem ressuscitar-se uma à outra. Este modo também pode ser jogado em conjunto com a inteligência artificial, mas é mais divertido com amigos (ou té mesmo desconhecidos).

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Quando os créditos começaram a rolar pelo ecrã, depois da batalha final, estávamos exaustos. Há muito tempo que um jogo não exigia tanta energia nossa, mas soube recompensar-nos devidamente por todos os momentos de frustração necessários para dominarmos o jogo. Qualquer um pode começar a executar combinações em Bayonetta 2, mas quando dominarem o sistema de combate, vão deslizar pelo ecrã, e transformar toda aquela violência numa obra linda. Bayonetta 2 cumpre em todos os sentidos e é (mais) uma boa razão para comprar a consola da Nintendo.

E já agora, se não chegaram a jogar o original, ou se gostariam de o re-jogar, procurem nas lojas a edição especial de Bayonetta 2, que inclui o original, refeito e polido para correr na Wii U, com fatos e armas novas.

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10 Gamereactor Portugal
10 / 10
+
Sistema de combate soberbo. Bosses fantásticos. Modo cooperativo viciante. Graficamente é do melhor que vimos na Wii U.
-
Vai ser a inveja de quem tem a PS4 ou a Xbox One. Contexto "over the top" não será para todos.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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