No final de junho foi anunciado um sucessor de Civilization Revolution para iOS e Android. Originalmente desenhado para consolas, o jogo de estratégia adaptou-se perfeitamente aos dispositivos mobile. Com esse jogo, a Firaxis Games ofereceu-nos uma experiência acessível e com um ritmo certo para sessões de jogo mais curtas. Outro ponto positivo foi a decisão de lançar Civilization Revolution 2 a um preço premium, tal como Xcom: Enemy Unknown. Teria sido fácil lançá-lo na forma de um jogo "freemium"...
No entanto, o resultado fica um pouco aquém das expetativas, já que Civilization Revolution 2 traz muito pouco de novo. Quem comprou o conteúdo adicional para o seu antecessor tem basicamente o mesmo conteúdo da sequela, e ainda um modo multijogador. Apesar do grafismo do segundo capítulo estar mais apurado, assim como os controlos, estas mudanças não têm um grande impacto na jogabilidade e poderiam ter sido implementadas através de uma atualização do original.
Outro aspeto que nos aborreceu é a fraca relação que este jogo tem com os desenvolvimentos feitos nesta série ao longo dos últimos cinco anos. Para além de terem sido feitos progressos na parte visual e na apresentação, as mecânicas dos jogos principais da série Civilization também foram melhoradas e atualizadas. A Firaxis efetuou várias alterações instrumentais com Civilization V e as suas expansões. O foco deixou de estar colocado apenas na conquista militar e em batalhas travadas à força de números; a profundidade estratégica também vem dos melhoramentos efetuados na parte cultural e económica. E também não podemos esquecer os novos hexágonos, que fazem toda a diferença. A esta luz, Civilization Revolution 2 parece um jogo ultrapassado.
A inteligência artificial também não ajuda. Parece que estamos sempre em guerra. Na maior parte das vezes, o jogo favorece as soluções militares e acabamos por resolver os conflitos à base da força. A diplomacia em Civilization Revolution 2 oferece pouco mais que uma trégua. E a agressividade aumenta de acordo com os níveis de dificuldade. No entanto, ela parece estar reservada para o jogador humano, já que as fações controladas pelo computador parecem dar-se muito melhor entre si. E como o jogo não nos oferece uma perspetiva sobre os conflitos alheios, a sensação é de que estamos constantemente a ser atormentados.
Também existem alguns aspetos estranhos no cálculo das trajetórias, como quando enviamos um navio para o mar. Ao invés de encontrar o percurso mais curto em torno de um obstáculo, a embarcação muda de rumo. E movimentar unidades deveria ser mais fácil. Jogar num smartphone dificulta um pouco a navegação pelos menus. Em sessões de jogo mais prolongadas, não conseguimos produzir a riqueza necessária na reta final do jogo, mas somos forçados a investir em unidades que poderão ser desnecessárias. Mas não há como negar os valores colocados na produção de Civilization Revolution 2. Tem um aspeto fantástico. E talvez algumas das mudanças sejam tão subtis que não se fazem notar à primeira vista. Quem passar algum tempo com este jogo irá acabar por favorecê-lo em relação ao seu antecessor, algo que não acontece no primeiro contacto. No entanto, pagar € 13,99 por aquilo que é essencialmente uma versão atualizada não representa um grande investimento. E os donos de modelos mais antigos, como o iPad 2, devem manter-se afastados, já que a experiência pode sofrer.
Em suma, este continua a ser um grande jogo e não fica atrás do original. Os mapas mais pequenos e as mecânicas agilizadas tornam-no perfeito para jogar numa plataforma portátil. Mas apesar disso, não conseguimos deixar de pensar que estamos apenas a pagar por uma atualização visual. Quem já tem o original ficará certamente dececionado com a falta de novidades, mas está longe de ser um mau jogo. Ficamos à espera que algumas rugas sejam resolvidas através de atualizações e que o modo multijogador esteja para breve.