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Drawn to Death

Drawn to Death

Uma ideia original do criador de God of War, perdida numa execução medíocre.

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Drawn to Death é um jogo muito peculiar, desenvolvido pela The Bartlet Jones Supernatural Detective Agency. O projeto foi liderado por David Jaffe, criador de God of War e Twisted Metal, e propõe uma série de batalhas online com a particularidade de que o grafismo se parece com rabiscos num caderno. O jogo foi oferecido aos assinantes Plus aquando do lançamento, mas pode ser comprado por € 19.99.

Drawn to Death capta de imediato a atenção do jogador devido ao seu estilo muito peculiar. A ideia é que tudo no jogo se está a passar no caderno de um rapaz numa sala de aulas, que em vez de estar a prestar atenção à matéria, está a desenhar batalhas no seu caderno (quem nunca o fez, levante o braço). Considerando o tipo de linguagem e a violência, estamos certamente a falar de um adolescente. Nota ainda para o facto de que, embora o jogo se pareça com desenho, é totalmente 3D.

O jogo permite partidas online até quatro jogadores, e oferece uma série de modos para experimentar. Todos contra todos, Team Deathmatch, e outros modos para equipas, fazem parte das opções. Parte do apelo de Drawn to Death é a capacidade de personalização em oferta. Podem escolher várias personagens, modificá-las visualmente, definir insultos específicos, agrupar armas, e outras opções semelhantes. Quanto à jogabilidade em si, é ação típica na terceira pessoa.

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O conceito é disparar até o alvo morrer, mas Drawn to Death é algo chato nesta área, já que os oponentes exigem demasiado dano até morrerem. Para terem uma ideia de quão frustrante é a situação, podem chegar ao pé de um inimigo desprevenido, atirar um disparo à queima-roupa na sua cabeça, e isso nem metade da saúde irá roubar. Até as habilidades especiais deixam algo a desejar neste aspeto.

Existem jogos deste tipo que são gentis com as mecânicas de salto, permitindo saltar alto e com frequência. Drawn to Death é um desses jogos, e nós odiamos-lo por isso. A forma como os saltos funcionam em Drawn to Death significa que servem para sobretudo dificultarem a pontaria dos adversários, o que na prática significa que os jogadores passam as partidas a saltar de um lado para o outro. Não é de todo uma mecânica que nos encante.

Os mapas e o seu design também não ajudam. O jogo tenta acrescentar espaços amplos e alguma verticalidade aos mapas, mas quando o número máximo de jogadores numa arena é de quatro, esse design acaba por prejudicar imenso o ritmo de jogo. Isto pode provocar momentos de impaciência, enquanto tentam encontrar um dos dois adversários para enfrentar. Com este design de mapas e apenas quatro jogadores, Drawn to Death parece um labirinto sem vida.

Existem pequenas exceções no mapa, e alguns incluem áreas meio secretas que podem ser interessantes de explorar. Corredores apertados e escadas seguidas são algumas das melhores secções para batalhas, motivando algumas sequências de ação intensas. Nota ainda para a inclusão de "trampolins" que atiram o jogador pelo mapa. Um elemento retirado de jogos clássicos do género, como Quake e Unreal Tournament.

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Como referimos em cima, Drawn to Death inclui uma gama generosa de opções de personalização, e existem aqui algumas referências óbvias a algo como God of War (o que não é surpreendente). Também existe uma boa variedade de armas, mas aqui o jogo mostra algum desequilíbrio. É normal que os jogos permitam desbloquear armas mais poderosas com o avançar das horas e do progresso, mas existem algumas armas tão poderosas que acabam por desequilibrar o jogo. O mesmo é também verdade para as personagens, onde também existem claramente mais poderosas que outras.

A completar este pacote está o sentido de humor, adequado ao conceito de um adolescente a desenhar no seu caderno. Memes, palavrões, e parvoíces, que raramente nos motivaram um sorriso. O jogo falha em ser divertido ou engraçado, e em vez de ser irreverente, o humor apenas parece forçado e inconsequente.

Drawn to Death é um jogo com ideias interessantes, em particular todo o conceito de se passar no caderno de um adolescente, mas a execução não acompanha o potencial da ideia. São vários fatores de design, equilíbrio, e jogabilidade, que no fim limitam Drawn to Death à mediocridade. Se ganharam acesso ao jogo via PS Plus, talvez mereça a experimentação, mas não podemos recomendar a sua compra a 20 euros.

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04 Gamereactor Portugal
4 / 10
+
Conceito interessante e original. Alguns mapas engraçados. Boa variedade de armas.
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Personagens e armas desequilibradas. Estilo de arte torna-se cansativo. Humor raramente consegue o efeito desejado. Sapo dos tutoriais é extremamente irritante.
overall score
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