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Yaiba: Ninja Gaiden Z

Yaiba: Ninja Gaiden Z

Este derivado de Ninja Gaiden, com zombies e inspirado em banda desenhada, não impressionou.

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É sempre uma pena, quando um projeto que até parecia relativamente interessante, acaba por cair tão longe do seu potencial. Afinal de contas, trata-se de um jogo que conta com a colaboração da Team Ninja e a experiência da Spark Unlimited, tudo supervisionado pelo produtor Keiji Inafune.

O resultado, porém, é uma confusão sem equilíbrio algum. O nome de Ninja Gaiden coloca o jogo na sub-categoria de jogos de ação ao estilo de Devil May Cry, Bayonetta e Metal Gear Rising, onde as mecânicas de combate precisas e os inimigos inspirados costumam fazer a diferença. Infelizmente, o combate é banal, a câmara é horrível e a escolha pelo estilo cel-shading funciona mais contra o jogo do que a favor.

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A história concentra-se no ninja-ciborgue, Yaiba, que procura Ryu Hayabusa - o herói habitual da série - para vingar-se. Antes disso, contudo, tem de atravessar uma cidade cheia de zombies. À parte de algumas exceções, uma grande parte dos inimigos são inspirados nos morto-vivos (de certeza que a experiência de Inafune com Dead Rising teve influência). Vão encontrar palhaços-zombie, noivas-zombies, zombies que atiram granadas, zombies que cospem fogo... todos com padrões de ataques diferentes. O jogo introduz a maioria dos vários tipos de zombies durante a primeira hora ou assim, e depois baralha-os como se fossem cartas, criando uma série de combinações. Entalados, como se fossem sardinhas, entre estes zombies mais personalizados, estão os mortos-vivos "normais": ameaças de baixo nível individualmente, mas perigosos em grandes grupos.

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Parece óbvio que estes zombies mais básicos deveriam funcionar como mera carne para canhão entre as ameaças mais graves. O problema é que, com a posição por defeito da câmara, muito afastada, e o exagero de efeitos de tinta que o jogo usa (para simular banda desenhada), é frequente perder a noção de onde está o próprio Yaiba. Quando esvaziarem a barra de saúde dos inimigos, serão presenteados com um espampanante ponto de exclamação, indicando que podem executar um golpe final.

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O combate de Yaiba não é muito complexo, nem tão pouco são as combinações de golpes excessivamente longas. O sistema de evolução das técnicas de combate também são simples e em pouco tempo começa a perder o interesse do jogador. O padrão para a maior parte dos inimigos, excluindo a hordas de zombies normais, não envolve muitos golpes. Bloqueiam, esperam por uma oportunidade, aproximam-se do inimigo, executam um pequeno combo, afastam-se. O combate é mexido e nunca tivemos dificuldades em direcionar Yaiba na direção do oponente ou do alvo que queremos abater a seguir, algo que de nem todos os jogos de ação se podem gabar.

O problema é que a dificuldade do jogo não foi bem equilibrada. Além do facto de que é fácil deixar escapar a indicação visual de um ataque inimigo (mesmo que saibam onde está a vossa personagem), e consequentemente, não serão capazes de o impedir. O mesmo se aplica aos inimigos que utilizam projéteis (nunca atinámos com o timing correto para os mísseis dos helicópteros).

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O jogo empurra constantemente hordas de inimigos, a maioria de curto-alcance, acompanhados por oponentes com ataques de longo-alcance. Como os cenários são algo pequenos, não existe espaço para o jogador "respirar". Mais uma vez, a câmara e o estilo visual não ajudam, só pioram a situação. Nas cutscenes, este estilo de banda desenhada até tem a sua piada, mas durante a jogabilidade, não resulta.

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Nas raras pausas do combate vão encontrar péssimas secções de plataformas, que são na verdade sequências QTE disfarçadas, e alguns puzzles simples. Também existem alguns colecionáveis para encontrar, para quem estiver interessado. Alguns oferecem bónus, mas a maioria são textos que ninguém vai querer ler.

O jogo também é algo curto, entre cinco ou seis horas, mas pode ser discutível se isso é uma falha, ou um ponto positivo. Nos seus melhores momentos, pode ser diversão violenta, mas comparando com o que já tivemos até ao momento, Yaiba: Ninja Gaiden Z é um dos jogos mais desapontantes do ano.

04 Gamereactor Portugal
4 / 10
+
O estilo visual de banda desenhada resulta nas cutscenes. Não é tão mau como Rambo: The Videogame.
-
A câmara é horrível. É muito confuso e frustrante. É curto.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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