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Shadow of the Beast

Shadow of the Beast

Um clássico reinventado, que mistura elementos novos e antigos.

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Se são jogadores de tenra idade, é provável que não conheçam o Shadow of the Beast original lançado em 1989. O jogo misturava plataformas, exploração através de níveis labirínticos, e um sistema de combate contra inimigos que pareciam saídos de um pesadelo. Tudo embrulhado num estilo visual e uma banda sonora peculiares para a época.

Ao longo das décadas que se seguiram, falou-se muito da influência de Shadow of the Beast na indústria de videojogos, sobretudo porque marcou uma geração de jogadores. É por isso surpreendente que a ressurreição do jogo tenha demorado tanto tempo, mas a Heavy Spectrum conseguiu fazê-lo com a ajuda da Sony (daí ser um exclusivo PS4). A grande questão que se terá colocado à produtora terá sido: como adaptar o conceito de Shadow of the Beast a um conceito moderno?

O elemento mais óbvio, o grafismo, ficou a cargo do Unreal Engine. O motor gráfico da Epic permitiu recriar o estilo peculiar de Shadow of the Beast mantendo uma framerate estável de 60 frames por segundo. Já a jogabilidade, tem algumas das bases do original, mas é mais inspirada por jogos de ação laterais (2D) da última década. O derradeiro ingrediente é a reunião de uma equipa de produtores que percebam as raízes da série. O resultado é um esforço honroso que mistura elementos modernos com conceitos clássicos.

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À semelhança do original, Shadow of the Beast combina elementos de plataformas e combate, com claras influências modernas. A câmara automática é claramente inspirada em God of War, sempre ansiosa para mostrar ângulos que permitam vislumbrar vistas impressionantes. O sistema de combate é levemente inspirado na série Arkham, embora numa versão 2D e mais brutal. Os jogadores de Dark Souls também podem encontrar algumas funções 'roubadas' à série da From Software.

Como podem ter percebido, Shadow of the Beast é uma espécie de Frankenstein dos videojogos, reunindo um conjunto de mecânicas inspiradas por vários títulos. Como é óbvio, o jogo também tenta respeitar os elementos mais importantes do clássico. O Shadow of the Beast original destacou-se pela qualidade dos seus cenários, uma componente que a nova versão tenta repetir, injetando grande escala e profundidade a um jogo que na verdade decorre num plano 2D. O combate no original exigia precisão, paciência, e uma leitura correta dos arredores do jogador, e tudo isso são elementos também necessários no novo jogo.

O grosso da experiência pode ser dividido de duas formas. De um lado, a exploração, as plataformas e os puzzles simples. Do outro, uma combinação de golpes violentos que vos permitirão morder, cortar e desfazer inúmeros inimigos. Aarbron não é um ser adorável como Yoshi ou Kirby, é uma verdadeira "besta", com golpes exagerados e um peso credível. Ao início pode parecer um pouco pesado demais, mas eventualmente vão domar a besta.

Na realidade, Aarbron é uma espécie de monstro sedento de sangue, e o jogo não tem medo de representar isso com violência. Embora o combate possa reunir elementos de alguns jogos, tem uma característica muito própria - os inimigos morrem num só golpe. Isto significa que o combate não envolve a memorização de combinações complicadas, mas antes a memorização do posicionamento dos inimigos e as suas fraquezas. É um sistema desafiante e visceral, sobretudo para quem quiser somar pontos para fazer boa figura na classificação.

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Com dois elementos de jogo tão distintos, a jogabilidade de Shadow of the Beast acaba por ser isso mesmo, um misto de duas entidades separadas, e não um todo coeso. Outra falha do jogo é a curta longevidade, porque Shadow of the Beast é uma aventura francamente pequena. Pelo menos existem alguns incentivos decentes para motivar o jogador a repetir a aventura, entre níveis de dificuldade, pontuações e classificações online. Adorámos sobretudo os desbloqueáveis, onde se incluem bosses extra, fins alternativos, legendados para os grunhidos incompreensíveis dos inimigos, e até uma versão do jogo original.

Todo somado, Shadow of the Beast acaba por ser um jogo que nos proporcionou boa diversão durante quatro a cinco horas. É uma combinação interessante de elementos antigos e um contexto moderno, embora mostre alguma fraqueza ao nível da escassez de níveis, jogabilidade fragmentada e tempo de loadings exagerados. Não falta o que jogar de momento na PlayStation 4, mas se procuram um jogo "à antiga" com um preço razoável e uma pintura moderna, Shadow of the Beast merece alguma consideração.

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Shadow of the Beast
07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Visual de qualidade e experiência optimizada. Bom sistema de combate e design de níveis. Muita jogabilidade.
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É bastante curto. Loadings demorados.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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