Tomb Raider: Definitive Edition - PS4 e Xbox One

Sim, vale sempre a pena rever Lara Croft e o jogo é uma aventura fantástica, por isso, se ainda não o jogaram, recomendamos vivamente que o comprem na PS4 (ou Xbox One se já tiverem a consola). Mas e se já o tiverem para uma das outras plataformas, valerá a pena investir uma segunda vez no jogo? Não. Apesar de tudo, esta nova "Edição Definitiva" acrescenta pouco em termos de jogabilidade ou conteúdo ao que já experienciaram na PS3, na Xbox 360 ou no PC, em março do ano passado.

Esta nova edição inclui algumas novidades e bónus interessantes, como um túmulo novo, mapas, personagens e armas para o multijogador, e seis fatos para Lara Croft. Até podem descarregar um livro de banda desenhada, o livro oficial de arte e o documentário "The Final Hours of Tomb Raider", contudo, nada disto acrescenta ou muda verdadeiramente à experiência de jogo em si, são antes alguns bónus interessantes.

Este re-lançamento de Tomb Raider cumpre dois propósitos. Primeiro, oferece aos jogadores de PS4 e de Xbox One um novo título para atravessar este período mais "seco" do ano em relação a novos lançamentos. O timing é, aliás, perfeito, já que mais tarde poderia ser engolido pelos outros grandes jogos de 2014. Em segundo lugar, é a oportunidade perfeita para ficarem a conhecer um dos melhores títulos de 2013, que acabou por ficar esquecido perto do final do ano.

Visualmente, as versões de PS4 e Xbox One são obviamente superiores às de PS3 e Xbox 360, mas o jogo já tinha um aspeto fantástico nestas plataformas. Quando à discussão dos frames por segundo, sim, o jogo corre a uma média perto dos 50 - 60 frames por segundo na PS4 e perto dos 30 na Xbox One (ambas a 1080p), mas fazem melhor em ignorar esta disputa. Não importa em que consola estão a desfrutar do jogo - tanto a PS4, como a Xbox One, apresentam um desempenho gráfico notável e uma fluidez assinalável.

Quando Tomb Raider foi lançado em março de 2013, ainda não existia o Gamereactor Portugal - logo ainda não tinha sido analisado por nós - mas isso não nos impediu de o colocar na nossa lista dos Melhores Jogos de 2013. Tomb Raider oferece uma aventura memorável, com bom design dos mapas e excelentes mecânicas de jogabilidade. O ambiente é fantástico e Yamatai parece um local real, apesar das influências do supernatural e do oculto. Parece que os produtores construíram primeiro a ilha e depois fizeram o resto, em vez de ser ao contrário.

Os caminhos algo lineares e as zonas abertas não retiraram qualquer incentivo à exploração, pelo contrário. Tomb Raider é um jogo bem construído. Quando regressarem à ilha, depois dos créditos finais, para apanharem eventuais tesouros ou segredos que tenham deixado para trás, vão achar que conhecem cada centímetro da ilha. E existe algum conforto nesse conhecimento. A forma como as áreas se ligam entre si é excelente, com múltiplas rotas e caminhos possíveis. É fantástico que a verticalidade dos níveis corresponda a uma representação visual do vosso progresso no jogo.

Reparámos, contudo, que o jogo avançou bem mais rápido nesta segunda visita, obviamente porque já o tínhamos feito há um ano. Se for também esse o vosso caso, talvez seja recomendado que aumentem um pouco a dificuldade. Também tornaram-se mais evidentes as mudanças entre uma Lara inexperiente e sem equipamento e a Lara mais confiante e bem equipada em que se torna perto do final da aventura. Tudo acontece de forma subtil durante o jogo, por isso foi engraçado reparar nessa evolução, começando novamente com uma Lara inexperiente. O agachamento automático de Lara sempre que está em situações perigosas, juntamente com o facto de se proteger junto de cobertura automaticamente, são duas mecânicas de jogabilidade que continuam a funcionar na perfeição.

Apesar de não ser um jogo de "verdadeira nova geração" e de termos visto tudo isto há um ano, é difícil não ficar impressionado com os elementos gráficos e os ambientes de Tomb Raider. O fogo, a chuva, a cara de Lara - tudo está melhor. Aliás, os vídeos que o jogo utiliza ainda apresentam a face antiga, por isso é curioso verificar que o modelo de jogo da cara de Lara está mais detalhado que o modelo utilizado nos vídeos.

As duas consolas apresentam também algumas novidades específicas. Na Xbox One existem os comandos de voz - para apresentar o mapa e mudar de armas - mas tudo é mais facilmente conseguido com um simples pressionar de um botão. Quanto à PS4, o painel tátil do DualShock 4 permite rodar os objetos que Lara apanha, à procura de pistas. Também podem acender ou largar tochas com movimentos para cima ou para baixo. Toques engraçados, mas nada que melhore realmente a experiência.

Uma função do comando da PS4 permite ouvir os diários sonoros através do DualShock 4, mas o som também sai em simultâneo da televisão, o que é estranho. Killzone: Shadow Fall também inclui opções semelhantes, mas aqui os diários só se ouvem a partir do comando. Podem, contudo, desligar o áudio que sai do comando, se o desejarem.

Continuando com a sonoplastia, temos de confessar que não conseguimos distinguir se o som está diferente ou não, mas a realidade é que nos apercebemos bem mais da banda sonora desta vez. Seja como for, o áudio de Tomb Raider é de topo.

Tomb Raider: Definitive Edition é uma versão melhorada do jogo, mas ainda tem a maioria das mesmas falhas. Os saltos de Lara, por exemplo, ainda parecem flutuar ligeiramente, e algumas animações ajustam-se excessivamente a certas situações, em vez de acontecerem de forma natural. Os túmulos opcionais continuam a ser escassos e o jogo beneficiaria de mais puzzles para variar a ação. O sistema de caça também deveria ter sido melhor aproveitado. Tudo elementos que esperamos serem melhorados na inevitável sequela.

Se procuram algo para encher o vazio na vossa PS4 ou Xbox One, Tomb Raider: Definitive Edition é uma excelente escolha, sobretudo se não o têm para as outras plataformas. O preço é um pouco difícil de engolir por um jogo que tem um ano, mas independentemente da consola - ou PC - da vossa eleição, Tomb Raider deve ser desfrutado por todos os fãs de uma boa aventura.

Em baixo podem ver o trailer oficial e aqui podem ver duas horas que o Gamereactor passou com a versão PS4 do jogo.