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Civilization: Beyond Earth

Civilization: Beyond Earth - Rising Tide

Será que vale a pena remar a favor, ou contra esta maré provocada pela primeira expansão de Beyond Earth.

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Se leram a nossa análise a Beyond Earth, sabem como apreciámos esta série de estratégia. Dentro da variante por turnos, existem poucos jogos que conseguam realmente competir com o detalhe e as mecânicas desta série da Firaxis. Parte do segredo reside na forma como os jogos são adaptáveis aos desejos do jogador.

As fações são únicas e memoráveis, com elementos equilibrados que podem alterar por completo a abordagem de jogadores diferentes. A forma como é possível desenvolver a cultura e a ciência, a possibilidade para dominar as raças, e as várias condições de vitória, são alguns dos factores que outros jogos do género dificilmente conseguem igualar.

Beyond Earth apanhou-nos um pouco de surpresa, porque tínhamos algum receio do que vinha a caminho. Tivemos medo que a mudança drástica na temática, agora no espaço e sem qualquer relevância história, nos levasse a perder interesse no jogo. Isso não aconteceu. Beyond Earth conseguiu reter toda a magia, interesse e vício que caracterizou a série, mesmo sem recorrer a qualquer contexto histórico.

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Isso não significa que o jogo fosse perfeito. O caminho a seguir para a vitória e os resultados derivantes pareciam pouco significativos, e algumas falhas técnicas quebraram a imersão da experiência. Felizmente, a maioria desses problemas foram resolvidos para a expansão. As novas funções mudam genuinamente a forma como jogam Beyond Earth, e as falhas técnicas foram corrigidas. Em suma, Rising Tide torna um jogo fantástico em algo ainda melhor.

Uma das mudanças mais evidentes surge ao nível da diplomacia. A etnicidade, ideologia, sociologia, filosofia e atitude das colónias rivais são agora bem mais evidentes que no passado. E como sempre, manter relações saudáveis é um dado imprescindível para o sucesso. As vossas ações e decisões vão determinar a interação com os outros líderes. Enquanto que um crescimento veloz do território pode conquistar respeito, uma produção lenta ou uma capacidade militar fraca pode provocar algum desdém e influenciar as relações diplomáticas.

O novo sistema em Rising Tides inclui "Diplomacy Capital", que é um pouco como uma moeda que podem usar para negociar com as outras colónias, mas também podem usar estes pontos para mudar e desenvolver os valores das vossas civilizações. Por exemplo, podem gastar estes pontos para aumentar a saúde das tropas ou melhorar as defesas das cidades, por exemplo.

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Com a introdução do novo sistema diplomático perderam-se algumas opções do jogo base. Se decidirem cooperar, isso implica a abertura automática das fronteiras, e se o aliado entrar em guerra, isso significa que vocês ficam automaticamente envolvidos. Os tratados de paz também já não são negociáveis, e são antes decididos com base numa 'pontuação de guerra', definida pelos danos recebidos por cada lado.

O sistema de percurso a seguir de Rising Tide é mais flexível e tem mais potencial que o do jogo base. Em Beyond Earth podiam tentar recrutar o planeta moribundo que deixaram para trás com o percurso Purity, enquanto que Supremacy permitia dominar e destruir. Harmony incentivava a paz e a adaptação ao novo planeta e os seus habitantes. Estas possibilidades ainda existem em Rising Tide, mas agora são mais flexíveis.

Agora existe a opção híbrida, de misturar dois percursos diferentes, e com isso criar unidades e estruturas muito diferentes das do jogo base. Algumas destas unidades novas são capazes de ataques fantásticos e até se curam a si próprias entre batalhas. Até existem unidades aquáticas que são completamente invisíveis para os inimigos, até que decidam que é altura de atacar.

Tivemos a oportunidade de realizar vários jogos em Rising Tide, e em todos eles acabámos por investir em tecnologias híbridas. Adorámos que a nossa visão para a sociedade não estivesse limitada pelas escolhas iniciais de Beyond Earth. Num dos jogos recolhemos as habilidades dos alienígenas nativos, melhorámos-los para se tornarem em soldados mais fortes, e saímos à conquista do mundo através de força bruta. Noutro jogo críamos uma bizarra raça de ciborgues com raça alienígena, com níveis de produção muito elevados e uma cultura inspiradora.

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Uma das novidades mais significativas de Rising Tide é a opção para construir cidades no oceano. Inicialmente serão meros postos na costa, mas com o melhoramento da tecnologia podem atravessar as ondas e conquistar novo território pelo caminho. Cada movimento da cidade requer alguns turnos, o que irá parar toda a produção durante esse tempo. Se ficarem sempre no mesmo local, vão afetar a conquista de territórios, mas podem concentrar-se na produção de unidades e edifícios. Mover a cidade permite expandir o território, mas também tem um impacto na sua rapidez de desenvolvimento. Como o mar pode agora ser conquistado, o combate e a exploração navais são mais importantes. No mar vão encontrar muitos recursos, artefactos e destroços para aproveitarem.

Temos algumas queixas a fazer sobre Rising Tide, mas não são muito significativas. A tarefa de organizar todas as unidades continua a ser desnecessariamente trabalhosa, e é demasiado fácil perder noção de unidades que enviámos em exploração. O sistema de habilidades também podia ser mais amigável. É fácil perceber quais são as vantagens de cada desenvolvimento, mas uma disposição da interface e um sistema de cores mais eficaz, facilitaria o processo. Também achamos que as raças nativas são demasiado fáceis de conquistar a meio do jogo, gostaríamos que tivessem um impacto maior na fase avançada.

Apesar destas falhas menores, Rising Tide faz precisamente o que se pede de uma expansão, ao melhorar a base do jogo original e acrescentar conteúdo relevante. É quase uma reemaginação de Civilization: Beyond Earth, e como tal, o apelo de "só mais um turno" nunca foi tão forte como agora.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Expansão melhora quase tudo. Os Paths parecem mais significativos. As unidades híbridas são fantásticas. Continua viciante.
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Algumas das mudanças na diplomacia limitam a experiência. As unidades autónomas nem sempre reagem da melhor forma.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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