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Transformers: Devastation

Transformers: Devastation

A série animada dos anos 80, ressuscitada numa reinterpretação dos criadores de Bayonetta.

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Enquanto um gigante verde, maior que um prédio, aparece do outro lado do ecrã, Optimus Prime exclama - com a sua voz clássica de Peter Cullen -: "Devastator!" É neste momento que nos apercebemos do tesouro que este jogo pode ser para os fãs da série animada dos anos 80 (normalmente referida como G1). O que se segue é uma batalha épica numa das praças da cidade, onde Optimus Prime tem de enfrentar um gigante formado por vários robôs.

Para quem conheceu os Transformers através dos filmes de Michael Bay, olhar para estes desenhos arcaicos deve ser muitos estranho. As personagens são exageradamente coloridas, o detalhe é escasso, e existem muitas incoerências entre o tamanho dos robôs e os objetos em que se transformam. Não devemos contudo esquecer que isto foi o início dos Transformers, e para quem já está na casa dos 30, estes são os verdadeiros Autobots e Decepticons. E é sobretudo para esses que a Platinum Games (Bayonetta, Metal Gear Rising) decidiu ressuscitar a série com este novo jogo.

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Se olharem de repente, Devastation parece-se imenso com a versão de alta definição da série original, o que por si só é fantástico para qualquer fã da G1. O facto da Platinum ter retido muitos dos detalhes dessa era, como o facto de Optimus Prime colocar um dedo na orelha quando está a comunicar com a base (o que sugere um péssimo sistema de comunicação), ou os insultos ridículos como "Agora és meu, Auto-parvo!", são pormenores que vão encantar os fãs.

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Em resumo, Transformers: Devastation faz um excelente serviço de recriar e prestar homenagem à série original, e os fãs vão encontrar muitos motivos para sorrir entre as todas as referências, mas será que a jogabilidade e a campanha em si justificam a atenção do jogador? Sim, até certo ponto justificam. Se conhecem os outros jogos da Platinum Games, em particular Bayonetta, vão reconhecer alguns dos vícios de design da produtora neste jogo. Existem dois botões de ataque para combinações de golpes, um botão para disparos, e outro para evitar as investidas inimigas. Se conseguirem evitar um ataque no último segundo possível, a ação à volta do jogador abrandará durante alguns momentos, à semelhança do que também acontece em Bayonetta.

Uma combinação bem executada pode ser terminada com um ataque transformado, atirando o inimigo pelo ar. Gostamos do facto das transformações serem uma parte integrante da experiência, e não uma mera curiosidade. Por exemplo, num nível - a jogar com Sideswipe -, tivemos de nos transformar num Lamborghini, enquanto éramos seguidos por Decepticons em forma de avião. O que se seguiu foi uma perseguição a alta velocidade na auto-estrada. Isto é Transformers G1 em estado puro.

Existem cinco Autobots que podem controlar, cada um com as suas habilidades específicas que evoluem com o tempo. Conduzir o pequeno Bumblebee (aqui muito diferente do que viram nos filmes) é uma experiência bastante diferente de causar destruição com o insano Grimlock. Com Bumblebee, a estratégia passa por manter os inimigos à distância, enquanto conduzem para longe. Com Grimlock vão ter uma jogabilidade mais direta e destrutiva, que puxa o caos.

Enquanto cumprem uma série de ações no jogo, vão ganhar equipamento melhor e mais dinheiro. Também existem segredos escondidos que desbloqueiam outras curiosidades no jogo. Podem acelerar o processo de evolução com dinheiro, que também pode ser usado para conferir pequenas vantagens aos Autobots. Uma função permite ainda combinar armas para criarem versões superiores do armamento. Embora este elemento de evolução e personalização esteja no jogo, é algo desapontante. Apenas Wheeljack desbloqueia habilidades que são genuinamente interessantes.

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É um processo aborrecido, enquanto tentam encontrar armas suficientes para lentamente construírem uma arma decente. É um sistema sem qualquer tipo de profundidade, que apenas vos incomoda com vários menus, e que no fim pouco acrescenta à experiência. É como se o jogo tivesse um número quase infinito de armas, mas com poucas diferenças entre si, e raramente satisfatórias.

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Outro ponto negativo de Transformers: Devastation está ligado com a falta de variedade nos cenários. O detalhe dos mapas e dos arredores são extremamente secos e sem detalhe, o que contrasta imenso com os Transformers em si, altamente detalhados e ricos em animações impressionantes.

Não esperem também retirar muitas horas de jogo desta experiência, porque Transformers: Devastation é bastante curto. Demorámos pouco mais de cinco horas para terminar a campanha de história, mas pelo menos existe bom valor de repetição para voltarem a jogar. Devastation é o tipo de jogo em que o jogador consegue reparar que está ele próprio a evoluir, que existe um grau de profundidade na jogabilidade que pode explorada a fundo, e isso é perfeito para abordar níveis de dificuldade mais elevados. Além de se tornar os inimigos mais difíceis, a dificuldade também muda a configuração dos inimigos, apresentado uma experiência ligeiramente variada.

Classificar este Transformers: Devastation não foi tarega fácil. A nossa parte que cresceu a ver estes desenhos animados está completamente fascinada com este jogo. As vozes dos atores, a banda sonora, a história em crescendo... são tudo elementos que deliciam o fã que há em nós. Ao mesmo tempo não podemos ignorar as falhas que o jogo apresenta, para não falar nos valores de produção muito baixo em alguns setores, como os cenários. Ainda assim, se são realmente fãs de Transformers, e em particular da G1, não têm como perder este jogo.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Bom design. Controlos positivos. Bom valor de repetição. Animações de qualidade. Muitos motivos de interesse para os fãs.
-
Aventura curta. Cenários muito pobres. Apresentação geral de menus e interface medíocre. Variedade de armas sem sentido.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Jonas Mäki

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