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Animal Crossing: Happy Home Designer

Animal Crossing: Happy Home Designer

Libertem o decorador que há em vocês!

Há cerca de 15 anos que a série Animal Crossing ocupa um lugar importante no ecossistema da Nintendo. A sua primeira aparição foi em 2003, na Nintendo 64, mas ao longo dos anos evoluiu bastante, para algo diferente e melhor. Ganhou maior apelo e tornou-se num processo criativo de referência, sobretudo no universo portátil. Em 2012 chegou a versão definitiva com Animal Crossing: New Leaf, com muitas alterações cruciais às mecânicas base. Uma dessas mudanças, por exemplo, oferecia ao jogador a possibilidade de deixar de ser um mero cidadão, e de poder assumir o papel de presidente da câmara... com todas as honras e dificuldades que isso implica.

New Leaf foi um momento de afirmação para Animal Crossing, contribuindo para o crescimento de uma comunidade cada vez mais envolvida da decoração da casa e da cidade. Outra oportunidade acrescentada a New Leaf surgiu na forma da Happy Home Academy, uma instituição com a missão de preservar a estética das casas na cidade, atribuindo classificações às habitações de acordo com vários padrões. Isto acabou por acrescentar um certo desafio ao jogo, uma forma de apimentar o que era uma experiência encantadora, mas por vezes monótona.

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Agora chega-nos Happy Home Designer, uma variante de Animal Crossing que se dedica em exclusivo à decoração das casas de outras personagens, ou de edifícios públicos. Será da vossa responsabilidade obedecerem a três critérios essenciais: criatividade, inspiração e paixão por design. E Animal Crossing: Happy Home Designer inclui isso tudo, mas será que chega para saciar o apetite dos fãs?

Como fãs de New Leaf, começamos a jogar Happy Home Designer com grandes expetativas, e durante os primeiros dias, cumpriu. Foi engraçado perceber como funciona a estrutura do jogo: um cidadão contacta a vossa agência de design, encontram-se com o cliente em questão, ouvem os seus pedidos, e depois tentam realizá-los. É um conceito simples e engraçado.

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Desde os primeiros momentos do jogo que ficámos familiarizados com o editor de jogo bastante intuitivo, um rápido tutorial que mostra as diferentes ferramentas e opções que podem utilizar. Usando o estilete e o ecrã tátil da 3DS, podem mover a mobília, escolher o papel de parede e abraçar outras atividades de decoração. Devem claro tentar cumprir os pedidos dos clientes, mas ao mesmo tempo existe liberdade suficiente para dar asas à imaginação. Com o avançar do jogo, vão ganhar a capacidade de decorar também o exterior da habitações.

Conforme ganham nome como decorador, vão ser contactados para trabalhos mais importantes ao serviço do governo. Serão convidados a construir uma escola, um hospital, um restaurante, um centro comercial... Em New Leaf, como presidente da câmara, o jogador tinha apenas de angariar os fundos para que isto acontecesse. Agora tem um papel muito mais decisivo nestes projetos. Eventualmente vão desbloquear vários tipos de cursos e treinos, onde podem aprender alguns truques novos.

Adorámos as horas iniciais que passámos com Happy Home Designer, mas é uma infelicidade que essa sensação dure pouco tempo. O jogo não tem qualquer tipo de desafio para proporcionar ao jogador. Não existem recompensas, pontos, classificações... nada. Nem sequer são criticados pelos clientes, mesmo que façam o exato oposto do que é pedido. Além disso, têm acesso a um orçamento ilimitado, e podem usar as mobílias e materiais de que mais gostam.

Além da ausência de desafio, Happy Home Designer é também uma experiência bastante repetitiva. Existem diversas variações de edifícios para mobilarem, mas isso é tudo o que farão. Nem sequer podem tentar outros modos porque não existem. O único elemento que acrescenta alguma motivação é o modo online, onde os jogadores podem classificar o trabalho uns dos outros. Não nos parece contudo o tipo de atividade capaz de prender durante muito tempo. É claro que tudo mudará se a Nintendo decidir reforçar o jogo com novo conteúdo e modos, mas para já não sabemos que planos existem para o futuro.

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Apesar destas falhas, ainda existe aqui muito para ser desfrutado pelos fãs de Animal Crossing. O design das personagens e o estilo geral do jogo continua encantador. É uma atenção ao detalhes sublime, sobretudo considerando que se trata de uma máquina portátil. A banda sonora é também um trunfo importante, perfeita para o tipo de experiência adorável e descontraída que o jogo tenta proporcionar.

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Outra inovação associada a Happy Home Designer é a introdução do suporte para os Amiibo, mas infelizmente não tivemos a possibilidade de experimentar esta função. Através do um telefone que podem encontrar dentro do jogo, pode utilizar o leitor NFC da portátil para acrescentarem as vossas personagens favoritas de Animal Crossing ao jogo. Não é de todo uma característica vital para a experiência, mas será um bónus interessante para os fãs.

Embora tenha sido divertido passar este tempo com Animal Crossing: Happy Home Designer, não podemos deixar de referir que ficámos algo dececionados com o jogo. Adorámos a experiência de New Leaf, e em comparação este título tem menos imersão e total ausência de desafio. Parece-nos que a experiência podia ser muito superior com algumas pequenas adições, mas como está, não podemos deixar de condenar a repetição do jogo.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Interface intuitiva. Grafismo e design continuam deliciosos. Banda sonora fantástica.
-
Ausência quase total de desafio. Jogabilidade muito repetitiva.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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